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Viagens

Gastos de turistas no exterior começam a desacelerar

A alta do dólar começa a frear o gasto do brasileiro no exterior. Dados do BC mostram que os turistas gastaram US$ 2,124 bilhões em viagens internacionais em outubro, uma queda de 7,4% em relação a igual período do ano passado. Em contrapartida, os estrangeiros deixaram no Brasil US$ 488 milhões. Com isso, a conta de viagens internacionais (receitas menos despesas) registrou um saldo negativo de US$ 1,637 bilhão. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, lembrou que de agosto a outubro o dólar subiu 15% frente o real. "Isso tende a afetar as viagens internacionais", observou. A expectativa do BC é de que esse ritmo de moderação dos gastos em viagens internacionais tenha continuidade. No acumulado do ano, as despesas de brasileiros fora do país somam US$ 15,850 bilhões. O BC, no entanto, espera que essa conta cresça pelo menos mais US$ 2,92 bilhões até dezembro. Caso esse incremento se realize, os gastos no exterior ficariam dentro da previsão de US$ 18,5 bilhões.

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O rombo nas contas externas bateu novo recorde para meses de outubro, atingindo US$ 8,1 bilhões. Com isso, o déficit nas relações com o exterior pode superar a projeção atual do Banco Central e superar os US$ 80 bilhões neste ano. Para evitar essa marca, o BC teria de registrar, pela primeira vez em oito anos, um superávit em dezembro – a projeção da própria autoridade monetária é de novo déficit de US$ 8 bilhões.

INFOGRÁFICO: Veja a situação do déficit externo em 2014

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Para piorar esse cenário negativo, a estimativa de US$ 63 bilhões do BC para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), forma de financiamento mais saudável desse buraco, também não deve ser atingida neste ano, já que até outubro estava em US$ 51,2 bilhões e a expectativa para novembro é de ingressos de mais US$ 4 bilhões – em outubro foi de US$ 4,98 bilhões.

Apesar da quase comprovação de que as previsões não serão atingidas, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que a instituição só irá apresentar novas estimativas no mês que vem, quando serão divulgados os dados de novembro. O técnico avaliou ainda que o IED, que é voltado para o setor produtivo, segue fluindo em "níveis significativos" para o Brasil e deixando o país em situação confortável para tapar o déficit.

Segundo ele, outras fontes de financiamento também têm apresentado bom fluxo, a exemplo das taxas de rolagem, que em outubro ficaram em 282%. Quanto maior essa taxa, mais positivo é para o país, pois significa que quem tomou o empréstimo, seja governo ou empresa, conseguiu quantidade de recursos para mais que cobrir o volume de suas dívidas.

Comércio

A balança comercial tem sido o principal problema do setor externo brasileiro. Com saldos vermelhos em setembro e em outubro, as contas de serviços e rendas não conseguem compensar o desempenho ruim do comércio exterior. Ao que tudo indica, o saldo comercial também fechará negativo em novembro, já que até a terceira semana está deficitária em US$ 2,3 bilhões.

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Uma outra forma de ver esse resultado é o saldo acumulado em 12 meses até outubro. De acordo com os dados do BC, já chega a US$ 84,4 bilhões, o equivalente a 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa marca foi a maior vista nesse tipo de comparação desde fevereiro de 2002, quando ficou em 3,94%.

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