O governo central Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social registrou déficit primário de R$ 4,603 bilhões em março. No mês de fevereiro, o déficit havia sido de R$ 1,091 bilhão. Com o resultado, o governo acumula um superávit de R$ 8,171 bilhões no ano. O Tesouro Nacional contribuiu para o mês com um superávit de R$ 2,238 bilhões. Por outro lado, a Previdência Social registrou um déficit de R$ 6,726 bilhões o Banco Central registrou déficit de R$ 116 milhões.O déficit primário em março foi pior do que as previsões de economistas (de déficit de R$ 200 milhões a superávit de R$ 6 bilhões) e também o pior resultado para o mês desde 1997. É também o pior valor absoluto desde setembro do ano passado e o segundo resultado negativo neste ano. A possibilidade de déficits este ano havia sido sinalizada pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin, há duas semanas.
Meta
Ontem, Augustin afirmou, "com todas as letras", que a meta de superávit primário das contas do governo central no primeiro quadrimestre, de R$ 18 bilhões, será cumprida. Segundo ele, as receitas em abril serão maiores e, por outro lado, as despesas serão menores. Ele disse já ter indicativos que apontam nessa direção, apesar da diferença de quase R$ 10 bilhões que falta para o cumprimento da meta.
Precatórios
Augustin disse que o resultado negativo de março do governo central é atípico, "altamente influenciado pelo pagamento de R$ 6,84 bilhões de sentenças judiciais". Segundo nota divulgada pelo Tesouro, foram gastos R$ 3,1 bilhões em sentenças judiciais e precatórios alimentícios. Outros R$ 3,7 bilhões foram desembolsados para pagamento de precatórios da Previdência Social.
No final do ano passado, o Tesouro Nacional fez um acordo com os tribunais de justiça para parcelar o pagamento de precatórios. Na ocasião, ficou acertado que os pagamentos seriam feitos nos meses de março, abril e maio.