O setor público brasileiro registrou em agosto um déficit primário melhor que o esperado pelo mercado, mas ainda insuficiente para impedir que o resultado acumulado do ano ficasse no vermelho, evidenciando as dificuldades para o governo cumprir a meta fiscal em meio à combalida atividade econômica.

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No mês, o rombo primário foi de R$ 7,310 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Banco Central. O setor público consolidado compreende governo central, estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras.

O desempenho de agosto foi impactado principalmente pelo resultado do governo central, que apresentou déficit de R$ 6,934 bilhões em função da baixa arrecadação com a economia em recessão. No mês, houve declínio real de 9,32% no recolhimento de impostos e contribuições sobre um ano antes, no pior desempenho para agosto em cinco anos.

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Por sua vez, estados e municípios tiveram déficit primário de R$ 174 milhões em agosto, ao passo que empresas estatais registraram um saldo negativo de R$ 202 milhões no mês.

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No acumulado do ano o resultado primário passou ao território negativo, com déficit primário de R$ 1,105 bilhão, contrastando com superávit de R$ 10,205 bilhões em igual período de 2014.

Nos 12 meses encerrados em agosto, o rombo primário como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) foi a 0,76%. O patamar segue longe da meta perseguida pelo governo de um superávit primário consolidado equivalente a 0,15% do PIB em 2015, objetivo que já havia sido expressivamente achatado em julho – a meta anterior era de 1,1% do PIB.

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Jogam contra o atingimento da meta fiscal o fraco cenário econômico, com implicações sobre a arrecadação tributária, mas também as indefinições políticas e a intensa volatilidade do mercado, marcada pela disparada do dólar após o país perder o selo de bom pagador pela agência de risco Standard & Poor’s.