O governo do presidente Barack Obama anunciou ontem que o déficit norte-americano para o ano fiscal que terminou em 30 de setembro atingiu US$ 1,4 trilhão. É o maior valor como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) desde 1945. O montante representa 10% de tudo o que os Estados Unidos produzem em um ano e supera em praticamente US$ 1 trilhão o deficit de US$ 459 bilhões registrado no ano fiscal de 2008.O rombo também impõe mais um desafio para a recuperação da maior economia do mundo. Muitos analistas julgam que os gastos orçamentários a partir de mais endividamento ainda não foram suficientes para recolocar os EUA na rota do crescimento.
Em comunicado, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, afirmou que o déficit do ano fiscal de 2009 ficou um pouco aquém do que o governo havia estimado, mas que ele deve continuar aumentando ao longo dos próximos dois anos. "Os déficits futuros serão elevados demais, mas o presidente Obama está comprometido em trabalhar com o Congresso para trazê-lo a um patamar sustentável assim que a economia estiver se recuperando", disse Geithner.
Os EUA vêm despejando bilhões de dólares a fundo perdido em vários projetos de infraestrutura e em programas como o seguro-desemprego para tentar amenizar os efeitos da atual recessão. A queda nos negócios das empresas também deprime a arrecadação tributária, e o déficit fiscal cresce rapidamente por essa combinação de mais despesas e menos receitas.
Mesmo que a arrecadação a partir dos resultados das empresas volte a crescer, a receita tributária vinda dos salários tende a demorar para se recuperar, pois o desemprego poderá ultrapassar mais de 10% nos próximos meses antes de começar a ceder. Entre abril e junho, a economia americana encolheu 0,7% em termos anualizados. Desde o início do atual ciclo recessivo, cerca de 7 milhões de empregos também foram perdidos.
Ao mesmo tempo em que o deficit aumenta e a receita cai, o governo e o Congresso negociam alternativas para continuar concedendo descontos no Imposto de Renda a milhões de norte-americanos em 2010 e para lançar um programa específico para emprestar recursos a baixo custo a pequenos e médios negócios.
O governo Obama está prometendo reduzir o déficit fiscal no país para cerca de 3% do PIB (nível considerado sustentável) até 2013.
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