O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 6,018 bilhões, com destaque para a elevada despesa com aluguel de equipamentos, rombo que voltou a não ser financiado completamente pelos investimentos estrangeiros produtivos.
No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit em conta corrente do país ficou em 3,45% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira. Em julho de 2013, o rombo da conta corrente havia sido de US$ 8,969 bilhões.
Economistas previam saldo negativo da conta corrente de US$ 5,8 bilhões de dólares no mês passado.
O déficit nas transações correntes -- que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior -- foi impactado pelo elevado gasto líquido de US$ 2,353 bilhões com aluguel de equipamentos do país no exterior, cerca de 50% a mais do que o saldo negativo visto um ano antes (US$ 1,536 bilhão). Em junho, essa despesa líquida havia sido de US$ 1,848 bilhão de dólares.
Gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens também ajudaram a compor o rombo, somando US$ 1,625 bilhão de dólares no mês passado, praticamente similar ao montante de US$ 1,654 bilhão em igual mês de 2013. Em junho, esses gastos haviam somando 1,204 bilhão de dólares.
Em julho, informou ainda o BC, as remessas de lucros e dividendos ficaram em US$ 1,106 bilhão, ante US$ 1,215 bilhão de dólares de julho de 2013.
A balança comercial, que registrou superávit de US$ 1,575 bilhão por maiores exportações de petróleo, foi o elemento positivo as contas do mês anterior, mas no acumulado do ano até julho ainda mostra resultado ruim, com saldo negativo em 918 milhões de dólares.
A deterioração das contas externas é um elemento a mais na fraca economia brasileira, marcada por baixo crescimento, inflação alta neste ano, em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.
O BC informou também que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram US$ 5,898 bilhões no mês passado, um pouco menor do que o resultado da conta corrente.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast