O deficit público da Espanha chegou a 10,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2012, maior índice de todos os 17 países do euro, segundo dados divulgados hoje pelo Escritório de Estatísticas da Europa (Eurostat). Os números foram influenciados principalmente pelo resgate de 41,3 bilhões de euros (R$ 107,4 bilhões) pedido ao BCE (Banco Central Europeu) para resgatar o sistema bancário espanhol. Com isso, o país fechou o ano passado com endividamento de 84,2% do PIB.
O índice espanhol foi o maior dos 17 integrantes da zona do euro, acima de Grécia (10%), Irlanda (7,6%), Itália (3,0%) e França (4,8%). Também foi amplamente superada a meta de 6,7% anunciada pelo governo de Mariano Rajoy e o teto de 6,3% pedido pela União Europeia.
Com os maus resultados, Madri já negocia com as autoridades europeias um relaxamento da meta do deficit para este ano, saindo de 4,5% para 6%, e adiar para 2016 a redução para níveis abaixo de 3%. Em 2014, o país seria obrigado a chegar a 2,8%.
O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, disse hoje que negocia o relaxamento da meta nos próximos anos. "O que vamos ter de fazer agora é conseguir um equilíbrio entre redução do deficit e crescimento econômico".
PIB
Hoje, De Guindos aumentou a previsão de queda do PIB do país em 2013 de 0,5% para um valor entre 1% e 1,5%. Em entrevista ao "The Wall Street Journal", ele disse acreditar que o país terá um ligeiro crescimento em 2014, após cinco anos de recessão.
Desta forma, De Guindos descartou novas medidas "significativas" de austeridade. O ministro frisou que as políticas para conter os gastos com a previdência e a alta do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) serão mais sentidas nos próximos anos, enquanto a volta do crescimento aumentará a arrecadação.
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