Roger Alm, novo presidente da Volvo no Brasil: linha de caminhões foi desenvolvida para aproveitar obras de infraestrutura| Foto: Divulgação

A Volvo vai trabalhar direto nesse fim de ano para dar conta da forte demanda de caminhões e aproveitar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que termina em 31 de dezembro. A empresa acumula uma alta de 96% nas vendas neste ano. De janeiro a outubro, comercializou 12.976 unidades, contra 6.632 no mesmo período do ano passado. "Só não vendemos mais porque temos limitações de alguns fornecedores de componentes, principalmente da Europa, que não têm como acompanhar esse ritmo nesse ano. Será um ano recorde", disse Bernardo Fedalto Júnior, gerente de vendas da área de caminhões da empresa.

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De acordo com ele, o mercado brasileiro deve continuar aquecido em 2011, apesar do fim do benefício da redução do IPI – que deve provocar um aumento imediato de 5% nos preços dos caminhões.

"Acreditamos que as condições favoráveis da economia vão se manter. A nossa expectativa é que o mercado brasileiro de caminhões pesados (acima de 40 toneladas) possa chegar a 61 mil unidades em 2011. Significa que vai mais que dobrar em três anos", afirma.

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A fábrica de caminhões, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), trabalha em dois turnos de produção e monta 79 unidades por dia. Os funcionários da linha de caminhões pesados e extrapesados geralmente teriam férias em dezembro e dessa vez, além de adiar, a empresa também concederá uma folga menor – o período foi reduzido de 20 para 10 dias. Em dezembro, recesso apenas de dois dias no Natal e dois dias no ano novo. A empresa já adotou essa estratégia em anos de vendas em alta, como em 2006. "Todas as empresas do setor estão acelerando a produção para aproveitar o IPI", diz Fedalto.

Ampliação

O crescimento de mercado colocou o Brasil no radar da Volvo para receber novos investimentos. O bom desempenho da economia em 2010 e o crescimento estimado pela empresa de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011 alçaram o país a um dos mercados-chave para a empresa no mundo. A companhia anunciou, em fevereiro, um plano de investimento de US$ 220 milhões entre 2009 e 2011, principalmente nos segmentos de caminhões e ônibus. "Esperamos em breve ampliar a fábrica", disse ontem o sueco Roger Alm, novo presidente da Volvo do Brasil.

Ao lançar a linha de caminhões pesados FMX – voltados para aplicações em setores de construção, mineração, cana de açúcar e florestal –, Alm afirmou que a empresa está atenta ao potencial de crescimento do mercado brasileiro. Tanto que a nova linha está sendo lançada apenas três meses depois de começar a ser produzida na Europa. Desenvolvida pela engenharia brasileira em parceria com os suecos da matriz, a linha FMX absorveu US$ 50 milhões em investimentos e deve começar a ser vendida em janeiro, com preços entre R$ 460 mil e R$ 530 mil.

Infraestrutura

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A ideia da empresa é aproveitar o boom de obras de infraestrutura que o Brasil deve apresentar nos próximos anos, com a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para incrementar as vendas do FMX. Parte da produção dessa linha também deve ser destinada a outros mercados da América do Sul, como Peru e Chile. Passada a crise econômica, as exportações da empresa estão em recuperação. De janeiro a outubro foram enviadas ao mercado externo 1.730 unidades, 84% acima do ano passado; mas, de acordo com a empresa, o Brasil continua a perder em competitividade para outros mercados, como os da Ásia e os da Europa, principalmente por causa do câmbio.