Por causa do agravamento da crise internacional de crédito, a partir de setembro do ano passado, o mercado bancário brasileiro passou a ser fonte de grandes empréstimos para as empresas nacionais. Dados do Banco Central (BC) mostram um aumento significativo no volume de financiamentos superiores a R$ 10 milhões contratados por pessoas jurídicas. O crescimento vinha ocorrendo ao longo do ano passado, ante o fechamento do mercado de capitais brasileiro, mas se acelerou fortemente em setembro e outubro de 2008, quando as linhas de crédito internacional secaram.
Os empréstimos acima de R$ 10 milhões para as empresas tiveram crescimento de 8,3% em outubro em relação a setembro, segundo os últimos dados disponíveis do BC. Perto do crescimento médio, de 2,9%, o movimento é relevante. Já os financiamentos de até R$ 100 mil para as empresas cresceram 1,7% e os de valores de R$ 100 mil a R$ 10 milhões, 0,8%. Em setembro, os empréstimos de maior valor já haviam crescido 7,9%. "Isso está associado à migração das grandes empresas para o mercado bancário doméstico, já que o mercado externo está fechado", confirma o economista da Tendências Consultoria Bruno Rocha. "E explica por que o crédito para pessoa jurídica continua crescendo nos mesmos patamares, enquanto para a pessoa física vem cedendo."
No segmento pessoa jurídica, os empréstimos de curtíssimo prazo (até 180 dias) e os de longo prazo (acima de três anos) foram os que mais cresceram em outubro, com altas de, respectivamente, 5 1% e 6,9%. Em valores nominais, os empréstimos de curtíssimo prazo, que têm maior representatividade no total de crédito às empresas, tiveram expansão maior: R$ 13,5 bilhões, ante R$ 8,2 bilhões dos de longo prazo. Os financiamentos de curto prazo (de seis meses a um ano) recuaram 1,4%, os de médio prazo (de um a três anos) subiram 2,6% e os de prazo indeterminado ficaram estáveis.
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