Diferentes modelos de carteira de trabalho| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A taxa de desemprego no Brasil fechou em 12,4% nos três meses até fevereiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (29). O percentual está acima dos 11,6% registrados nos três meses até novembro. A projeção da Bloomberg para a taxa de desemprego era de 12,5%.

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Os números divulgados nesta sexta representam a entrada de 892 mil pessoas na condição de desocupação, totalizando 13,1 milhões de trabalhadores nessa situação no país. 

"Metade dessa perda ocorreu no setor privado e a outra parte no setor público. No privado veio da indústria e construção, no público, principalmente de atividades voltadas para a educação. Isso é normal acontecer no início do ano", afirmou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo. 

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A dispensa de trabalhadores temporários no início do ano, movimento sazonal e esperado no mercado de trabalho, foi a principal responsável pelo fechamento de 1,062 milhão de postos de trabalho, com a redução da população ocupada na passagem do trimestre móvel encerrado em novembro de 2018 para o trimestre terminado em fevereiro.

Mas sinaliza também que a efetivação dos temporários foi menor na virada de 2018 para 2019 do que um ano antes. "O grau de efetivação não foi nada favorável", disse Azeredo. 

 Segundo o pesquisador, isso pode ter ocorrido pelo fato de a contratação de temporários no fim de 2018 ter sido mais forte do que no fim de 2017. Além das tradicionais vendas de fim de ano, as eleições gerais de outubro podem ter movimentado contratações 

População subutilizada e desalento 

No período até fevereiro, a população subutilizada –grupo que inclui desocupados, quem trabalha menos de 40 horas semanais e os disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego– chegou ao pico da série, iniciada em 2012, ao atingir 27,9 milhões de pessoas. 

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Outro recorde foi o número de pessoas desalentadas –aquelas que desistem de procurar emprego. Nesses três meses, 4,9 milhões de brasileiros se encontravam nessa condição. 

"A pessoa vê toda hora na televisão notícias sobre crise política, crise econômica, desemprego aumentando. Ela acaba se colocando na situação de não procurar trabalho porque acha que não vai conseguir. Até porque isso tem um custo, de transporte, impressão de currículo", afirmou Azeredo. 

Carteira assinada 

O número de trabalhadores no setor privado com carteira assinada permaneceu estável, enquanto os empregados sem carteira assinada diminuiram 4,8%, na comparação com o trimestre anterior –uma redução de 561 mil pessoas nesse grupo. 

"O início do ano é marcado pela dispensa mesmo. Como o mercado se encontra numa situação desfavorável, isso tende a se potencializar, com baixa retenção de trabalhadores temporários e baixa efetivação." 

O rendimento médio mensal real também chegou ao seu patamar mais alto, em R$ 2.285, em um aumento de R$ 35 em relação ao trimestre encerrado em novembro. A principal explicação, segundo Azeredo, seria o aumento do salário mínimo.

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