Seria natural que um avanço tão rápido do desemprego ajudasse a derrubar a inflação. Com menos gente empregada, a renda disponível para consumo cai e os empresários têm menos espaço para reajustar preços. O problema é que a pressão de outros fatores ainda é muito forte.
“Muitos preços, principalmente os monitorados, são indexados à inflação passada. Além disso, o dólar subiu muito, e as expectativas continuam ruins, o que deve contribuir para que, em 2016, o IPCA não convirja para sua meta”, diz Márcio Milan, analista da Tendências Consultoria.
Em discurso na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconheceu na semana passada que o repasse da alta do dólar ao consumidor “ocorre mais rapidamente que a transmissão das condições nos mercados de produtos e de trabalho”. “Entretanto, no médio prazo, o efeito desinflacionário das condições da economia real tende a prevalecer”, disse.
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