O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seus correligionários do Partido Democrata sinalizaram na quarta-feira a intenção de desistir de impor uma sobretaxa a milionários, mas continuam se contrapondo aos republicanos nos esforços para prorrogar uma desoneração da folha de pagamentos que beneficiaria 160 milhões de norte-americanos.
Os republicanos dizem que o imposto adicional sobre fortunas seria uma forma de taxar os "criadores de empregos". Obama discutiu a possibilidade de abandonar a proposta numa reunião com senadores democratas na Casa Branca, segundo fontes partidárias.
Um assessor disse que Obama não propôs a retirada da sobretaxa, mas deixou claro aos republicanos que estaria disposto a isso em troca da renovação da desoneração dos salários, que expira em 31 de dezembro.
"Demos um passo significativo na direção deles, mas os republicanos não parecem se importar se um aumento de impostos para a classe média for evitado - então continuamos num impasse", disse o assessor. "Eles não estão negociando."
Se o benefício expirar, o imposto sobre os salários subirá de 4,2 para 6,2 por cento, resultando em um aumento médio de mil dólares por família por ano. Economistas independentes alertam que isso afetaria a já frágil recuperação econômica.
Paralelamente, os democratas propõem uma sobretaxa de 1,9 por cento sobre rendimentos que superem 1 milhão de dólares por ano, dinheiro que ajudaria a cobrir os 120 bilhões de dólares decorrentes da prorrogação por mais um ano da desoneração salarial. Os republicanos propõem que seja prorrogado o congelamento salarial de funcionários públicos federais.
Às vésperas do seu recesso, o Congresso é cenário de frenéticas negociações sobre projetos importantes, incluindo a renovação da desoneração salarial e de benefícios para desempregados, que começam a expirar no começo de 2012.
Democratas e republicanos duelam também por causa de um projeto, no valor de quase 1 trilhão de dólares, que mantém vários órgãos governamentais em funcionamento até o fim do atual ano fiscal, em 30 de setembro.
Sem acordo até a meia-noite de sexta-feira, órgãos voltados para saúde, educação, defesa, segurança doméstica e outros serviços terão de parar, o que abalará ainda mais a confiança da população nos parlamentares, muitos dos quais disputam a reeleição no ano que vem.
A Casa Branca sugeriu que o Congresso aprove uma medida orçamentária de curto prazo para manter as agências governamentais funcionando. Ainda não se sabe se os parlamentares acatarão a ideia.
Sem entrar em detalhes, o líder republicano na Câmara, Eric Cantor, disse a jornalistas: "Pretendemos agir para assegurar que não permitamos um fechamento."
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