A Volkswagem confirmou na tarde desta segunda-feira (17) que está demitindo na unidade de Taubaté, no interior paulista, onde produz o modelo “up”. A empresa não revelou o total de dispensas, mas o sindicato dos metalúrgicos local calcula que pelo menos 50 trabalhadores “foram surpreendidos” durante o primeiro turno de trabalho com avisos de demissão.
Segundo o presidente da entidade, Hernani Lobato, ao saber das demissões os funcionários decidiram parar a produção por tempo indeterminado, ou até que a empresa reveja as dispensas e retome as negociações. O sindicalista disse ainda que a montadora comunicou os trabalhadores no mesmo momento que negociava com o sindicato a uma nova proposta para renovação do acordo realizado em 2012, e que tem validade até 2016.
A fábrica de Taubaté produz 850 modelos “up“ e emprega 5 mil pessoas em dois turnos. Cerca de 250 funcionários estavam retornando nesta segunda de um período de cinco meses de lay-off (suspensão de contratos de trabalho).
Por meio de nota, a Volks alegou que as medidas de flexibilização da produção adotadas em 2015 (férias coletivas, lay-off, entre outras) não foram suficientes para adequar a produção à demanda do mercado e que vem negociando com o sindicato uma proposta que permita a adequação necessária da estrutura de efetivo e de custos da unidade, que são os mais altos da montadora no Brasil. “Apesar de a proposta não ter sido aprovada, continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições de competitividade de Taubaté”, diz a nota.
GM
As demissões em Taubaté se somam as mais de 500 dispensas da General Motors em São Caetano e outras 500 da unidade da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo. A GM também havia dispensado 798 funcionários da sua fábrica de São José dos Campos, na semana passada. Essas demissões foram analisadas pelo Tribunal Regional do Trabalho de Campinas na tarde desta segunda-feira à pedido do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que queria a anulação das dispensas pelo órgão.
Na audiência o MPT se manifestou favorável ao pedido do sindicato, mas a GM rejeitou a proposta. O MPT marcou uma audiência para a próxima sexta-feira. Enquanto isso, os funcionários decidiram manter a greve, que está completando uma semana.
Mercedes
Na unidade da Mercedes-Benz no ABC, o sindicato retomou as negociações com a direção da empresa, depois que os trabalhadores aprovaram em assembleia, no último sábado, autorizar a entidade a negociar um Programa de Proteção de Emprego (PPE). A assessoria da Mercedes confirmou a retomada das negociações. Segundo o sindicato do ABC, três empresas da área de autopeças já acertaram a entrada no PPE. Outras seis estão em negociação.
Em Gravataí, no Rio Grande do Sul, a GM comunicou aos cerca de 9 mil trabalhadores da unidade que eles entraram em férias coletivas a partir do dia 8 de setembro e permanecem em casa até o dia 23. Com a prudução completamente parada, deixarão de ser fabricados cerca de 1.200 veículos dos modelos Onix e Prysmian por dia.