Depois de 24 dias seguidos de paralisação, os trabalhadores da Volvo encerraram nesta segunda-feira (1.º) a maior greve da história da montadora, na unidade da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A decisão foi tomada logo cedo, após aprovação em assembleia da nova proposta da empresa que garante a manutenção dos empregos e amplia o valor da primeira parcela de participação nos lucros e resultados (PLR), que era o principal entrave da negociação. Mais de 2,5 mil trabalhadores participaram da mobilização, que teve início no dia 8 de maio.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), que liderou a negociação, o impasse chegou ao fim com a aprovação do aumento da primeira parcela do PLR de R$ 5 mil para R$ 8 mil. Os demais itens do acordo não sofreram alteração, incluindo correção salarial com base apenas na inflação.
“O mais importante é que conseguimos a manutenção do emprego e mantivemos o mesmo conceito de PLR do ano passado. Deve ser um valor menor em decorrência da baixa da produção, mas se subir [a produção], ganhamos também, sem um número limitador”, diz Nelson Silva de Souza, segundo vice-presidente do sindicato e um dos líderes da negociação.
Lay-off e PDV
Além da PLR, o acordo inclui lay-off (suspensão provisória do contrato de trabalho) de sete meses, sendo cinco em regime normal (onde os trabalhadores recebem seguro-desemprego e a complementação salarial da empresa) e dois com a Volvo assumindo a integralidade do salário; Plano de Demissão Voluntária (PDV), com pagamento de salários e mais os direitos trabalhistas previstos até 15 de dezembro de 2015, mais um pacote de um a quatro salários de acordo com o tempo de empresa e manutenção do PLR referencial de R$ 30 mil, levando em conta o mesmo volume de produção de 2014, mas sem os limitadores mínimos.