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Agronegócio

Depois do granizo, produtores rurais calculam perdas

O temporal seguido de granizo que causou estragos no fim da tarde de segunda-feira no distrito de Entre Rios, no município de Gua­­rapuava (Campos Gerais), comprometeu também a produção agrícola na região. As lavouras de trigo e cevada, que estão em ponto de co­­lheita, foram as mais prejudicadas, apesar de áreas recentemente plantadas com milho de verão tam­­bém terem sido atingidas. O Sindicato Rural de Guarapuava informa que a maior parte dos danos ocorreu em áreas urbanas e que apenas uma pequena parte da zona rural do município teria sido afetada.

A cooperativa Agrária, que atua na região, prepara para hoje um relatório para quantificar o tamanho da área atingida pelos temporais de granizo e das perdas. Por meio de sua assessoria de imprensa, a cooperativa confirmou que, no campo, os prejuízos são localizados, concentrados em uma faixa entre as colônias Vitória e Jor­­dão­­zinho, e que o impacto sobre a sa­­fra total de inverno da região não deve ser significativo.

Segundo a regional de Guara­­puava do Departamento de Eco­­no­­mia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abas­­tecimento (Seab), entre 60% e 70% da cevada foram colhidos. Ao menos em teoria, significa que a chuva de granizo pegou cerca de um terço das lavouras em fase suscetível. Já no trigo, que ainda está em fase inicial de colheita, os danos podem ter sido maiores.

"A região atingida foi pequena e as lavouras foram afetadas em maior ou menor grau. Mas já dá para adiantar que onde houve estrago o dano foi sério, chegando à perda total em algumas áreas", relata Noemir Antoniazzi, pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa). Campos experimentais da fundação também foram destruídos pelo temporal. "O que não estava colhido foi perdido. Agora teremos de recomeçar todo o trabalho no ano que vem", lamenta o pesquisador.

A queda de granizo surpreendeu o produtor Fabiano Rovani às vésperas do início da colheita do trigo. "Estava me preparando para começar a colher quando veio o granizo. Pegou praticamente toda a minha área. O estrago do granizo é muito manchado e ainda é muito cedo para saber com certeza, mas acho que perdi de 40% a 50% da safra de trigo", calcula.

A dez dias do início da colheita, a produção de cevada de Rovani tam­­bém foi prejudicada. Apro­­ximadamente um terço da área foi afetada pelo temporal. "Também pegou 80% do milho que tinha acabado de plantar. Hoje [terça-feira] de manhã ainda tinha gelo. Vou esperar para avaliar o estrago. Já tinha diminuído a área de milho e não estava planejando reduzir mais. Mas, em último caso, vou ter de replantar soja no lugar", conta o produtor.

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