Se a demanda aquecida no mercado de construção civil provocou uma verdadeira caça aos engenheiros qualificados nos últimos anos, agora outras profissões prometem repetir o descompasso entre a oferta e a procura. Em Curitiba, dois cursos de farmácia Universidade Positivo e Tuiuti dos sete existentes não vão formar mais turmas. Com o fechamento dos cursos, a oferta de mão de obra de farmacêuticos nos próximos anos deve ser reduzida em cerca de um terço. Ao todo se formam cerca de 350 profissionais por ano em Curitiba. Para Patricia Maeoka, diretora do grupo Nissei, que emprega hoje 700 farmacêuticos, o novo cenário pode provocar inflação de salários e dificuldades para as empresas. Cada farmácia emprega três farmacêuticos. "Isso ocorreu no Japão, há 20 anos, e teve um impacto na alta dos salários", diz ela.
Para fazer frente ao seu projeto de expansão, a empresa adotou um conjunto de estratégias para atrair e manter funcionários. Investe R$ 2 milhões por ano em treinamento, adotou um sistema de seleção contínuo, duas vezes por semana, que serve para formar um banco de talentos para futuras contratações e, além dos benefícios de saúde e educação que inclui bolsas para universitários na área de Farmácia , adotou comissão por venda e prêmio por produtividade, além de pagar salário inicial para farmacêuticos em média 13% superior ao piso.
Antecipação
O aumento da procura pela mão de obra fez também com que as empresas passassem a recrutar cada vez mais cedo os profissionais nas universidades. "Antes ele era feito no último da faculdade. Hoje no segundo ano já tem empresas contratando", diz Fernando Estrázulas, da empresa de TI Wipro, que entre dezembro e janeiro vai lançar mais um programa de recrutamento de trainees, com a contratação de 25 estudantes.