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Sem acordo

Deputados adiam de novo a votação da reforma do Imposto de Renda

Câmara dos Deputados adiou votação da reforma do Imposto de Renda pela segunda vez.
Câmara dos Deputados adiou votação da reforma do Imposto de Renda pela segunda vez. (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

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Previsto para ser votado na sessão desta terça-feira (17) da Câmara dos Deputados, o projeto de reforma do Imposto de Renda foi adiado para a semana que vem após um acordo selado em plenário entre deputados de oposição e governistas. A ideia do presidente Arthur Lira (PP-AL) era de que o texto principal fosse analisado nesta terça e somente os destaques fossem deixados para a próxima semana.

Durante a análise de um pedido de retirada da matéria de pauta, apresentado pelo PSOL, o líder da minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), sugeriu a Lira que deixasse a votação tanto do texto-base quanto dos destaques para a semana que vem. Ao orientar a bancada, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-AL), disse concordar com Freixo, surpreendendo líderes de outros partidos, que já haviam orientado voto contrário à retirada.

“Para atendermos o pedido da maioria dos parlamentares, que é de reduzir [a tributação sobre] os dividendos para 10% no primeiro ano, para depois [subir para] 20%, aí nós teremos perdas para os municípios. A gente atende um lado e desatende o outro”, justificou Barros. “Eu sugiro que nós concordemos com a solicitação dos parlamentares e, em vez de votarmos o texto hoje e deixamos os destaques para a próxima semana, nós deixemos toda a votação para a próxima semana, para que a gente possa dar uma solução.”

Após a fala do deputado, partidos como PSL, Solidariedade, PL, PP, PSD, PSDB, Democratas e Podemos, que haviam orientado seus deputados a votarem contra a retirada de pauta, alteraram a orientação, juntando-se a PSOL, PT, Rede, PV e Novo pelo adiamento. No sentido contrário, o PDT que se havia manifestado a favor da retirada, mudou a posição pela votação ainda durante a sessão. Ao final, o placar foi de 390 votos a favor do pedido, 99 contra e uma abstenção.

O relator do projeto, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que já apresentou quatro pareceres à proposta do governo, indicou que deve apresentar uma quinta versão de seu substitutivo até a nova discussão em plenário. “Esse relator está 100% à disposição de cada um dos 513 deputados desta Casa, de todas as bancadas partidárias. Vamos continuar o nosso trabalho e aperfeiçoar o relatório naquilo que for possível aperfeiçoar”, disse.

Ele ressaltou que o projeto isenta o imposto das pessoas físicas de menor renda e das micro e pequenas empresas. “São 1,1 milhão de empresas que poderiam sair hoje desse plenário com a redução da sua carga tributária aprovada pela Câmara”, afirmou.

Entre as principais mudanças previstas no texto atual estão o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para R$ 2,5 mil, a tributação sobre lucros e dividendos em 20% e uma redução de 8,5 pontos na alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e de 1,5 ponto na da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).

O texto ainda limita o uso do desconto simplificado do IRPF, extingue o mecanismo dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) para empresas e altera alíquotas de ganhos com renda fixa e variável, além de prazos para apuração de ganhos na bolsa.

O projeto, no entanto, é alvo de críticas tanto por parte do empresariado quanto de governos estaduais e municipais. Em nota divulgada na segunda-feira (16), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, classificou como “inaceitável” a aprovação do texto, que, segundo ele, aumentará a carga tributária sobre investimentos produtivos.

O Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), por sua vez, divulgou carta em que postulava a rejeição da proposta, porque sua aprovação acarretaria “uma inadmissível redução de receitas dos estados, arremessando os entes subnacionais à insolvência fiscal”.

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