Os primeiros sinais de uma desaceleração do crédito no Brasil são um sinal positivo para o sistema financeiro doméstico, afirmou a agência de classificação de risco Moody's Investors Service, em relatório distribuído hoje. Na última quinta-feira, o Banco Central (BC) divulgou um relatório de política monetária que "conteve os primeiros sinais de uma desejável desaceleração do crescimento do crédito ao consumo", segundo a Moody's.
"A evidência, embora ainda inicial, é positiva para o crédito do sistema, porque indica que as medidas macroprudenciais introduzidas em dezembro para conter a expansão do crédito estão produzindo os resultados pretendidos", disse.
As carteiras de empréstimos dos maiores bancos do Brasil vêm crescendo cerca de 20% por ano, o que gerou especulações de que poderiam estar sob risco de uma bolha de crédito. O BC tem afirmado que um crescimento de 10% a 15% seria mais desejável e reduziria as pressões inflacionárias. Embora em termos absolutos o BC mostre que o crédito continua crescendo, "o ritmo do crescimento está menor (...) sugerindo que as taxas de juros mais altas e as condições de financiamento mais restritivas estão afetando a demanda por empréstimos", afirmou a Moody's.
A desaceleração é mais pronunciada no segmento de consumo, mas também houve queda forte nos empréstimos para compra de carros, segundo a agência. Isso é "uma estatística importante dado que os empréstimos para compra de carros são responsáveis por cerca de um quarto de todo o crédito ao consumo no Brasil", disse a Moody's.