O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje, durante apresentação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que a autoridade monetária possui dois grandes desafios: fazer a inflação convergir para a meta, apesar da alta dos preços das commodities agrícolas e do petróleo, e evitar um fluxo estrangeiro exagerado, que acaba se transformando em impacto inflacionário.
Durante o evento, Tombini citou dados de inflação corrente em vários países do mundo. Ele dividiu os países entre aqueles que possuem metas de inflação, os que não as possuem e os que lidam com metas não explícitas. Em seguida, concluiu: "A inflação é hoje, certamente, um problema global."
Segundo Tombini, a inflação brasileira reflete a inflação global elevada, mas também tem componentes locais. Ele não citou quais são esses componentes durante seu discurso, mas disse que se tratam de itens também comuns a outros países emergentes. Uma das maneiras de observar a trajetória de alta da inflação independente das pressões externas é acompanhando o índice de preços de serviços, que tem se mantido elevado.
Sobre as expectativas de inflação futura, o presidente do BC disse que, segundo as projeções do mercado, "a curva aterrissa" em 2012 na faixa de 5%. "As projeções do Banco Central para inflação são um pouco melhor que as do mercado", comparou, sem, no entanto, apresentá-las. Tombini também se comprometeu a fazer com que a inflação convirja para o centro da meta de 4,5% em 2012. Ele ressaltou que o Brasil tem sido um dos países do mundo mais ativos no enfrentamento inflacionário.