Rio de Janeiro - A descoberta de novo reservatório de óleo leve na Bacia de Campos, anunciada na quinta-feira pela Petrobras, pode significar a abertura de uma nova fronteira exploratória no país. A opinião é de especialistas do setor, que incluem as reservas de Aruanã ao lado da alta do petróleo como justificativa para o bom desempenho dos papéis da estatal no dia seguinte ao anúncio. As ações ordinárias subiram 2,04% e as preferenciais, 1,75%. Com concessões na mesma região, a OGX foi a reboque, fechando o pregão em alta de 3,87%.
"Na prática, a Petrobras está obtendo sucesso agora com este tipo de rocha carbonática, que pode resultar numa nova série de outras descobertas naquela área", comentou o analista do Banco do Brasil Investimentos, Nelson Rodrigues de Mattos. A própria companhia lembrou, em nota divulgada na quinta-feira, que já havia realizado duas descobertas semelhantes na mesma região. Em um poço, a companhia bateu o recorde mundial de produção em rochas carbonáticas semelhantes à do pré-sal, com a marca de 43,5 mil barris por dia.
A Petrobras afirmou ter encontrado 280 milhões barris de petróleo de boa qualidade em Aruanã. Nas descobertas anteriores, estima ter encontrado outros 695 milhões de barris. "Essa descoberta se soma a outras recentes que mostram a grande eficiência da empresa em manter níveis elevados de sucesso na exploração", comentou a analista Mônica Araújo, da corretora Ativa, completando que espera novos anúncios de descobertas em breve.
Para os especialistas, a principal vantagem desta nova frente exploratória é que ela já conta com ampla infraestrutura de escoamento. "A Petrobrás pode desenvolver a área em que comunicou a descoberta na quinta-feira em dois ou no máximo três anos. Basta deslocar uma unidade que esteja sendo subutilizada próximo ao local, e que tenha características semelhantes", disse. Tal estratégia já foi adotada no campo de Cachalote, no pré-sal da Bacia de Campos, que receberá uma plataforma que estava em Golfinho, no Espírito Santo.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast