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Descobertas de reservas de petróleo estão no menor nível desde os anos 70

 | Matthew Lloyd/Bloomberg
(Foto: Matthew Lloyd/Bloomberg)

A petroleiras descobriram em 2015 apenas um décimo do volume de petróleo que era encontrado, em média, desde 1960. Neste ano, elas provavelmente vão encontrar ainda menos novos reservatórios, reforçando receios de que terão dificuldades para dar conta da demanda no futuro.

Com os preços do petróleo tendo caído mais de 50% nos últimos dois anos, as empresas do setor cortaram seus orçamentos de exploração. O resultado é que apenas 2,7 bilhões de barris de novas reservas foram descobertos em 2015, o menor volume desde 1947, segundo dados da consultoria escocesa Wood Mackenzie. Neste ano, as petroleiras encontraram apenas 736 milhões de barris de óleo convencional.

Esta é uma preocupação para a indústria em um momento em que a Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos prevê que a demanda global vai crescer de 94,8 milhões de barris por dia para 105,3 milhões de barris por dia em 2026. Ao mesmo tempo, manutenção de preços abaixo de US$ 50 por barril tem limitado investimentos no óleo de xisto nos EUA, fonte que poderia dar conta desse aumento de demanda.

Novas descobertas de petróleo convencional estão “no chão”, diz Nils-Henrik Bjurstroem, gerente sênior de projetos da consultoria norueguesa Rystad Energy. “Haverá um impacto grande sobre a oferta de petróleo e gasolina, especialmente petróleo.”

Investimentos em queda

Os estoques globais foram inflados pela oferta elevada da Rússia e dos países da Opep, que inundaram o mercado com óleo apesar dos preços deprimidos para defenderem seus mercados. Mas anos de investimento abaixo do necessário na exploração terão efeito já em 2025, segundo Bjurstroem. Os produtores vão repor às reservas só um em cada 20 barris consumidos neste ano.

O gasto global em exploração, desde os estudos sísmicos até a perfuração de poços, foi cortada para US$ 40 bilhões neste ano, contra US$ 100 bilhões em 2014, calcula Andrew Latham, vice-presidente de exploração global da Wood Mackenzie. Em suas projeções, esses gastos continuarão baixos até 2018.

Os investimentos em exploração são mais fáceis de cortar do que aqueles em desenvolvimento de poços, geralmente comprometidos com contratos de suprimento. Neste ano, a exploração será 13% do gasto de toda a indústria, contra uma média histórica de 18%.

O resultado são menos perfurações, mesmo com a vantagem de a depressão no mercado ter reduzido os custos de investimento. Havia apenas 209 novos poços perfurados neste ano até o fim de agosto, contra 680 em 2015 e 1.167 em 2014, segundo a Wood Mackenzie. Isso se compara a uma média anual de 1,5 mil desde os anos 60.

Em dez anos, quando os baixos investimentos de hoje cortarem a produção, eles terão o potencial de elevarem os preços do petróleo, na opinião de Bjustroem.

“A atividade de exploração é uma das mais fáceis de regular, de subir ou baixar”, disse em uma entrevista o CEO da norueguesa Statoil Eldar Saetre. “Nós temos de ter uma visão de ter uma visão de longo prazo e manter a atividade de exploração durante os ciclos de baixa também, como a Statoil tem feito.”

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