Do início de maio até hoje, o Tesouro Nacional suspendeu mais de 30 vezes as negociações dos títulos públicos – só nesta quinta-feira (14), isso ocorreu três vezes. A razão para isso é a extrema volatilidade do mercado nas últimas semanas. Não só por questões já esperadas, como as Eleições, mas por pontos foras da curva, como a greve dos caminhoneiros, a saída de Pedro Parente da Petrobras e a previsão de que os Estados Unidos devem aumentar mais duas vezes os juros.
Em seus comunicados, o Tesouro costuma explicar que a suspensão é uma medida que protege o investidor da volatilidade. A ideia é que a negociação dos títulos tenha taxas próximas do mercado secundário, dominado pelos grandes investidores (bancos e fundos de investimento), evitando que o investidor pessoa física venha a fazer uma transação a um preço que poderá ficar defasado muito rapidamente. A atualização das taxas é feita três vezes ao dia e pode ser acompanhada no site do Tesouro.
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Se isso não fosse feito, o investidor poderia comprar títulos a preços muito altos, com resultado final menor do que o de outros investidores que fizeram o mesmo investimento em um dia regular. O inverso também vale: se o investidor comprar títulos a preços defasados demais, quem sai perdendo é o Tesouro.
Quem tem Tesouro Selic, indicado para reservas de emergência porque permite resgates no dia seguinte à solicitação, é que costuma ser mais afetado pelas suspensões, mesmo assim de maneira muito leve. “É um mecanismo de segurança e é muito difícil que as negociações fiquem suspensas o dia todo”, explica o analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech.
Segundo o último dado disponível, de abril, o Tesouro tem hoje mais de 2 milhões investidores cadastrados e 600,5 mil ativos. Para esses, a recomendação de Indech e do professor da Escola de Economia da FGV, Joelson Sampaio, é paciência para 2018. O ano promete ainda mais suspensões diante de todo cenário interno e externo de preocupações que vêm mexendo com o mercado financeiro.
Não confunda rentabilidade final com taxa do dia
Em um ano como 2018, também é preciso não confundir a rentabilidade garantida na compra com a taxa do dia. Quando você acessa a sua conta no Tesouro Direto, o que está ali é o quanto o papel vale se ele for vendido no dia. Não é porque classificam o Tesouro Direto como investimento de “renda fixa” que nada mexe com ele. Ao longo de um dia, a taxa de determinado título pode cair bastante, acompanhando a volatilidade do mercado, mas se o investidor levar a aplicação até o prazo acordado, terá a remuneração prometida.
É por isso que você pode comprar um título hoje e amanhã, ops, alguém vai lá e compra o mesmo título por um pouco menos. Sorte do outro. Por outro lado pode ser que quem comprar o mesmo título amanhã pague mais caro do que você. Sorte sua.
Muitos analistas, aliás, aconselham ficar de olho nessas oscilações entre taxa e preço dos títulos como forma de saber quando entrar na brincadeira, ou seja, comprar um título. Na prática, quem já tem uma corretora costuma receber um aviso do seu gestor no dia em que algo assim surge.
É que na tabela do Tesouro Direto a rentabilidade do título é inversa ao preço. Quando a primeira sobe, o segundo cai e esse é um ótimo momento para comprar o título.
Só um lembrete: não venda nenhum título antes de um mês. É que até um mês os seus rendimentos estão sujeitos ao Imposto Sobre Operações Financeiras, o IOF. Isso, associado com outras taxas do Tesouro (0,3% ao ano da BM&FBovespa) , pode fazer, sim, você perder dinheiro.
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