O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 54,4 bilhões em empréstimos de janeiro a abril, um crescimento de 59% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o BNDES, a alta foi disseminada entre todos os setores apoiados pelo banco de fomento.

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A expansão teve a indústria como um dos destaques, que respondeu por 37% das movimentações no período, com R$ 20,2 bilhões, 113% a mais ante igual intervalo de 2012. A infraestrutura teve uma participação de 27% nos quatro primeiros meses do ano. O valor para o setor foi de R$ 14,6 bilhões, com crescimento de 9%. As maiores altas foram nos segmentos de transportes rodoviário e ferroviário.

Números positivos também entre as micro, pequenas e médias empresas, que receberam R$ 21,3 bilhões no primeiro quadrimestre um avanço de 53,5% sobre o mesmo período de 2012. O segmento respondeu por 39% das liberações totais do banco até abril.

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Na fase de aprovações de novos financiamentos - anterior à liberação de recursos - o crescimento foi de 64%, somando R$ 58 2 bilhões nos primeiros quatro meses do ano. Entretanto, as consultas ao banco - primeiro passo nos empréstimos - caíram 6%, somando R$ 70 bilhões. Para o BNDES, o indicador está fortemente influenciado por uma operação de limite de crédito da Petrobras, de R$ 9,4 bilhões, que passou pela etapa de consulta no início de 2012.

Investimentos

Em nota distribuída nesta quinta-feira, 6, o BNDES destacou que seus resultados nos primeiros quatro meses do ano "reforçam a tendência de elevação da taxa de investimento e de crescimento na formação bruta de capital fixo (FBCF), puxado por expansão vigorosa dos financiamentos a máquinas e equipamentos". Na semana passada, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, comemorou o investimento no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre e afirmou que os números do BNDES apontavam para sua expansão contínua.

De janeiro a abril, as operações da linha BNDES Finame, voltadas à aquisição de bens de capital, somaram R$ 23 bilhões, alta de 77,5% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano anterior. Segundo o banco, itens como máquinas e ferramentas, além de caldeiraria - base de investimentos industriais - tiveram incrementos expressivos nas liberações, de 122% e 430%, respectivamente.

O banco também ressaltou que se mantém em expansão os desembolsos para caminhões, que atingiram R$ 8,7 bilhões de janeiro a abril. O incremento foi de 57,5% em relação aos mesmos meses de 2012, ano em que as vendas de veículos novos foram postergadas, devido ao processo de troca de motores para o padrão Euro 5. O comunicado apontou ainda que a retomada do mercado de caminhões reflete a movimentação de carga da boa safra agrícola deste ano e das obras de infraestrutura do País.

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Medida provisória autoriza Tesouro a injetar R$ 15 bilhões no BNDES

O Tesouro Nacional poderá injetar mais R$ 15 bilhões em títulos públicos para reforçar o capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A autorização consta da Medida Provisória (MP) 618, publicada besta quinta-feira (6) no Diário Oficial da União.

A última operação desse tipo foi em dezembro, quando o Tesouro emprestou R$ 15 bilhões para o banco. De acordo com o texto da MP, o aporte de recursos permite o enquadramento do BNDES dentro dos limites de segurança para ampliar o patrimônio de referência e continuar a emprestar recursos sem pôr em risco o capital da instituição financeira.

As injeções de títulos públicos no BNDES têm sido prática recorrente nos últimos anos. Apenas no ano passado, o banco recebeu R$ 55 bilhões em papéis do Tesouro Nacional, além de R$ 100 bilhões em 2009, R$ 80 bilhões em 2010, R$ 45 bilhões em 2011. Todas essas operações se refletiram no aumento da Dívida Pública Federal (DPF).

Por meio desses aportes, o Tesouro Nacional emite títulos públicos e os repassa ao BNDES, que revende os papéis no mercado conforme a necessidade de ampliar o capital da instituição financeira. A operação não tem impacto na dívida líquida do governo porque a transação ocorre dentro do setor público (entre o Tesouro e uma estatal), mas influencia o endividamento bruto, ampliando o estoque da DPF.

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