Na opinião de boa parte dos economistas, o bom desempenho do mercado de trabalho pode contribuir para elevar o ambiente de pressão inflacionária e, portanto, põe mais pressão sobre o Banco Central, que hoje tende a elevar a taxa básica de juros (Selic).
"A taxa de desemprego está muito baixa. É um risco que pode vir a gerar pressões inflacionárias nos próximos meses. Os salários reais estão crescendo acima dos ganhos de produtividade", alerta José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio. Ele explica que a atual série histórica do desemprego é curta demais; por isso, ainda não é possível identificar o patamar que influenciaria com maior intensidade a inflação. "No passado recente, pudemos notar que isso pode ocorrer com taxa [de desemprego] abaixo de 7%, 6,5%. É possível que já esteja até ocorrendo essa pressão, já que a renda forte e o baixo desemprego aumentam o consumo."
O economista Samuel Pessoa, sócio da Tendências Consultoria, também vê nos números um sinal de pressão. "As medidas macroprudenciais de contenção do crédito e os juros mais altos ainda não foram sentidos na geração de emprego."
Por outro lado, o coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Pires Messenberg, não vê motivos para preocupação. "A taxa de desemprego tende a se estabilizar. Em abril, deve ficar muito próxima do nível de março. Começa a haver uma desaceleração da economia, como já vemos no comércio e no volume de crédito. Na taxa de emprego, o reflexo disso chega com uma defasagem", declarou Messenberg.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião