A baixa taxa de desemprego favoreceu as negociações salariais em 2013. Apesar do fraco crescimento da economia, 90% das convenções coletivas devem fechar o ano com ganhos acima da inflação, segundo projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Com o baixo nível de desocupação no mercado de trabalho hoje em 5,2%, segundo dados do IBGE e a escassez de mão de obra em alguns setores, os trabalhadores ganharam poder na mesa de negociação com os patrões.
No primeiro semestre, 84,5% das negociações tiveram ganho real. O porcentual é inferior ao do mesmo período do ano passado (96,3%), mas houve uma melhora nos resultados na segunda metade do ano, segundo o Dieese, influenciado principalmente pela queda da inflação.
"Ainda não fechamos os números, mas como o reajuste de preços medido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi um pouco menor, a tendência é que os ganhos sejam um pouco maiores agora", diz Fabiano Camargo da Silva, economista do Dieese. Nos primeiros seis meses do ano, o ganho real médio foi de 1,19%, abaixo dos 2,26% registrados no mesmo período de 2012.
Segundo ele, dificilmente 2013 vai superar o recorde de 2012 quando 94,6% das categorias conseguiram ganho real , mas ainda assim o resultado pode ser considerado muito positivo. Na segunda metade do ano ocorrem negociações de categorias de peso, como bancários, metalúrgicos e do setor de alimentação.
Os bancários, após 23 dias de greve, aceitaram a proposta de 8% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e fecharam com 1,82% de aumento real. Os petroleiros fizeram paralisações por cerca de uma semana e fecharam com reajuste de 8,56%, o que representa ganhos reais entre 1,82% e 2,33%.
Os funcionários da Copel acertaram um acordo com 1,24% de ganho real. Os funcionários dos Correios, após uma greve de 23 dias, conquistaram um ganho acima da inflação de 1,52%. Os metalúrgicos das montadoras instaladas na região de Curitiba, que já tinham fechado acordos anteriormente, tiveram reajustes reais de 2,8% na Volkswagen, de 3% na Volvo e de 3,5% na Renault.