A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 4,3% em dezembro, se igualando à mínima histórica registrada em dezembro de 2013, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa média para o ano de 2014 ficou em 4,8%, também a menor da série histórica anual da Pesquisa Mensal de Emprego, com início em março de 2020.
No entanto, os números escondem uma situação não muito favorável no mercado de trabalho, com tendência a deterioração, alertam economistas. A redução no desemprego foi impulsionada pela saída de pessoas do mercado de trabalho e não pela geração de novos postos.
Em 2014, o mercado de trabalho brasileiro registrou redução no número de vagas pela primeira vez. A média de ocupados no ano recuou 0,1% ante 2013.
A indústria chegou a dezembro com 105 mil funcionários a menos do que possuía um ano antes. A construção eliminou 92 mil trabalhadores e o comércio demitiu 106 mil pessoas em relação a dezembro de 2013.
A fila do desemprego só diminuiu porque, em um ano, 653 mil pessoas deixaram de buscar uma vaga devido à falta de interesse em trabalhar. Por enquanto, esse aumento da inatividade não está relacionado a um crescimento no contingente de pessoas que desistem de procurar emprego porque não encontraram uma posição ou um salário satisfatório.
"O desalento é muito baixo. Essa população desalentada não tem crescido. Então não seria um contexto desfavorável de pessoas que possam procurar trabalho e não encontram", afirmou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Desalento
Em dezembro de 2014, o total de pessoas em situação de desalento (que desistem de procurar emprego porque não encontram o que desejam) foi de 0,05% da população de 19,310 milhões de inativos. Outros 91,2% deles estavam no grupo de pessoas que não gostariam de trabalhar.
"Sempre foi esse grupo que cresceu, o que não gostaria de trabalhar. É um grupo formado principalmente por idosos ou pessoas muito jovens. Ou que não entraram ainda no mercado de trabalho ou que já saíram. Com o envelhecimento da população, essa parte mais envelhecida tem tendido a crescer", explicou a técnica do IBGE.