A taxa de desemprego com base na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Mensal), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, atingiu em julho a maior marca da série histórica: 11,6%, ante 11,3% em junho. Com o resultado do mês passado, o Brasil ocupa a 7ª posição em um ranking compilado pela consultoria Austin Rating, que contempla 51 países
À frente do Brasil nesta lista, aparecem apenas a África do Sul (com taxa de 26,6%), Espanha (19,9%), Montenegro (17,3%), Jordânia (14,7%), Croácia (13,3%) e Chipre (11,7%). Logo atrás do índice de desemprego brasileiro, aparecem o da Itália (11,6%), da Eslovênia (10,8%), da Ucrânia (10,3%) e da França (9,9%).
De acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o contingente de desempregados no país incorporou cerca de 623.520 pessoas de janeiro a julho deste ano.
“Considerando o saldo líquido de 2015, que foi de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas desempregadas sem carteira assinada, e o resultado estimado para 2016 de aproximadamente 1,8 milhão de postos de trabalhos fechado, pode-se dizer que o Brasil perdeu o equivalente à população do Uruguai em dois anos (ou 3,4 milhões de pessoas”, observa o economista-chefe da Austin Rating, responsável pelo estudo.
Retomada lenta
De acordo com Agostini, o pior desse cenário é que, mesmo havendo a perspectiva de “mudanças no rumo da política econômica do Brasil” que pretendem colocar novamente o país na rota do crescimento econômico, o mercado de trabalho ainda vai demorar algum tempo para se recuperar.
“Ou seja, a renda deve continuar deprimida e o nível de emprego ainda baixo considerando o contingente desempregado. Tal cenário decorre do elevado nível de ociosidade produzido pelo segundo ano consecutivo de recessão econômica no Brasil”, observa o economista.
Assim, continua ele, mesmo que os indicadores antecedentes de confiança na economia e os de intenção de investimentos já estejam sinalizando certa melhora nos últimos meses, o processo de contratação de mão de obra só deverá ocorrer na medida em que o nível de utilização da capacidade instalada se recupere e atinja os níveis observados na primeira metade de 2014.
“E, muito provavelmente, isso só deve acontecer entre o final de 2017 e início de 2018, visto que o processo de reconstrução econômica será lento de gradativo, inclusive sem a ocorrência de alterações na conjuntura econômica e política global”, conclui Agostini.
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