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O índice de desemprego apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 9,4% em junho, o menor nível mensal na nova série histórica da pesquisa de emprego, iniciada em março de 2002. Em maio, o índice havia sido de 10,2% e em junho de 2004, de 11,7%. A queda, no entanto, ocorreu por causa do aumento da inatividade e não em conseqüência da criação de vagas no mercado de trabalho.

Um índice menor é um excelente resultado quando coincide com a criação efetiva de postos de trabalho, mas em junho o que houve foi uma migração dos que estavam sem emprego e procuravam uma vaga (desocupados) para o grupo dos não economicamente ativos (sem trabalho e sem procurar emprego), segundo o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo Pereira. "O mercado de trabalho hoje vive um período de incerteza. Em maio houve evidência de melhoras, mas a ida das pessoas da desocupação para a inatividade torna difícil avaliar se o mercado melhorou ou piorou. Hoje estamos frente a um ponto de interrogação", disse.

Ele afirmou que é preciso avaliar os próximos meses para verificar qual é a causa da migração diagnosticada em junho. "O que pode estar ocorrendo é a própria incerteza do momento, com problemas políticos". Pereira também argumentou que a taxa de juros tem influência forte no mercado de trabalho, mas advertiu que serão necessárias novas edições da pesquisa para avaliar o impacto da política monetária.

Pereira disse que o aumento da inatividade pode ter ocorrido também por causa da recente recuperação do rendimento – pessoas que ajudam no orçamento familiar deixam de ter necessidade de procurar trabalho – e a proximidade das férias, que muitas vezes leva as pessoas a dar uma pausa na procura por uma vaga. Esta avaliação da menor necessidade de ajudar a família coincide com a do analista do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcelo de Ávila.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou, no entanto, o brasileiro não deixou de procurar trabalho. Marinho usou dados do Caged para contestar os resultados. Segundo o ministro, foram criadas 195 mil novas vagas com carteira assinada em junho. "O Caged apura os dados reais de geração de emprego formal. O IBGE e o Dieese analisam a taxa de desemprego de forma incompleta porque não há nas duas instituições uma pesquisa completa do mercado de trabalho brasileiro", disse. Apesar das divergências, o ministro comemorou a queda da taxa de desemprego em junho. "A redução de 10,2% para 9,4% é um sonho de muito tempo em que buscamos alcançar uma taxa de um dígito no desemprego", disse.

Renda

No caso do rendimento médio real dos trabalhadores, o crescimento de 1,5% em junho ante maio é resultado do aumento do salário mínimo e da queda da inflação no período, segundo explicou Pereira, do IBGE.

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