Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
MERCADO DE TRABALHO

Desemprego inverte tendência e sobe

Segmentos como o comércio continuam gerando empregos, mas em ritmo mais lento. Se a criação de vagas não acompanhar a entrada de profissionais no mercado, o desemprego tende a subir | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Segmentos como o comércio continuam gerando empregos, mas em ritmo mais lento. Se a criação de vagas não acompanhar a entrada de profissionais no mercado, o desemprego tende a subir (Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo)

A taxa média de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu de 5,8% em maio para 6% em junho, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice também ficou acima do registrado em junho do ano passado (5,9%), no primeiro aumento nesse tipo de comparação em 46 meses.

Para alguns economistas, a alta pode indicar a reversão de um longo ciclo positivo do mercado de trabalho. Os números do emprego formal, divulgados anteontem pelo governo, mostraram que, embora ainda ocorra, a criação de vagas está no ritmo mais lento dos últimos quatro anos.

Não incluída no cálculo da média nacional feito pelo IBGE, a Região Metropolitana de Curitiba registrou movimento oposto – o desemprego registrado no mês passado, de 3,5%, foi o menor para meses de junho desde o início da série histórica do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), em 2003 (leia mais nesta página).

Entre os motivos para o aumento do desemprego na média nacional estão a freada do consumo e do PIB neste ano, que já se traduzem em um desempenho pior do comércio (um dos setores que mais emprega) e em outras áreas da economia.

"[A taxa de desemprego] não é alarmante, mas é um indicador de que o baixo crescimento da economia já está afetando o emprego. E o governo não está sinalizando, efetivamente, com nenhuma medida, o que aumenta o pessimismo por parte dos empresários. Os prognósticos não são dos melhores", avalia Angela Welters, professora de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Reversão

Na avaliação de Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o aumento da desocupação marca o início de um processo de reversão da situação de pleno emprego no país. "Neste ano, a situação, que já estava ruim, ficou ainda pior por causa da minicrise de junho", disse.

Em texto enviado a seus clientes, a Nobel Planejamento afirmou que o estado do emprego no Brasil segue favorável, mas que sua evolução recente "em breve começará a afetar os índices de desocupação e a própria formalização do trabalho".

Para a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, "a reversão desse ciclo só não se deu no ano passado porque as empresas represaram as demissões na expectativa de que a economia fosse melhorar".

Questionada se o processo de concessões para obras de infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos não ajudariam a conter o aumento de desemprego, Zeina disse que sim, mas apenas em uma segunda fase, quando as obras começarem a impactar o setor de serviços, que é o que mais absorve mão de obra.

Rendimento

O rendimento médio real dos ocupados, estimado em R$ 1.869,20, não apresentou variação na comparação mensal, mas subiu 0,8% em relação a junho de 2012.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.