O desemprego na América Latina e no Caribe caiu no primeiro semestre de 2013 para 6,6% e pode terminar o ano em 6,2%, segundo as projeções da Cepal e da OIT divulgadas nesta quarta-feira, que também destacaram o Equador como o país com o índice de desocupação urbana mais baixo, em 4,8%.
A taxa estimada pelas organizações representa um mínimo histórico na região e uma leve diminuição em relação aos dados de 2012, que ficou em 6,4%, apontou a "Conjuntura Laboral da América Latina e Caribe ", divulgada em Santiago.
A Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacaram que a primeira metade de 2013 "não foi um período fácil" para a região, que viu a diminuição da demanda e dos preços das exportações por causa das inflexões da economia mundial.
Também diminiu a demanda interna e o consumo das famílias aumentou de maneira moderada, o que permitiu um crescimento econômico de 2,5% em comparação com o primeiro semestre de 2012, segundo a Cepal.
A perda de dinamismo incidiu também no mercado de trabalho, que registrou uma desaceleração na geração de emprego, especialmente do assalariado.
Apesar isto, a Cepal e a OIT destacam que a freada forte na criação de emprego não se traduziu em um aumento da taxa de desemprego porque também se reduziu o aumento da população ativa.
A taxa de desemprego urbano registrou uma leve redução no primeiro semestre, de 6,7 para 6,6%, nos dez países da região que fornecem dados por trimestre.
O Equador é o país da região que fechou o primeiro semestre de 2013 com o desemprego urbano mais baixo, de 4,8%, dois décimos a menos que o mesmo período do ano passado.
No Brasil também houve queda, de 5,9 para 5,7%. No Chile o desemprego se reduziu quatro décimos e terminou os primeiros seis meses do ano em 6,2%. No Peru os números fecharam 6,1%, na Venezuela 8,1%, no Paraguai 8,2% e na Colômbia 11,6%.
Argentina, México e Uruguai, tiveram aumento no índice, o desemprego no primeiro semestre aumentou, embora com taxas muito moderadas que em nenhum caso superou os cinco décimos.
Argentina subiu de 7,2% para 7,6%; México de 5,8 para 5,9% e Uruguai de 6,7 para 7,1%.
Por gênero
O relatório mostra que continua diminuindo a brecha entre homens e mulheres na participação laboral, ocupação e desemprego, embora a situação varie muito entre os países.
A Cepal e a OIT consideram que os países da América Latina e o Caribe precisam reforçar o investimento e a produtividade para enfrentar dificuldades da crise econômica internacional.
Para cumprir este objetivo, é preciso haver uma força de trabalho "com habilidades, competências e conhecimentos que se ajustem à demanda das empresas", o que exige ao mesmo tempo uma boa rede de sistemas de formação profissional e capacitação na região, destaca o documento.
Segundo o estudo, um dos grandes desafios dos sistemas nacionais de formação profissional é sua contribuição à redução das desigualdades que caracterizam os mercados trabalhistas dos países latino-americanos.
"Para conseguir esse objetivo é importante que estes sistemas se integrem com outros instrumentos das políticas do mercado de trabalho e que se desenvolvam ofertas efetivas para fomentar a inserção laboral produtiva de grupos que atualmente enfrentam obstáculos para alcançá-lo", assinala o documento.
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