A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil voltou a cair em outubro, atingindo o segundo menor patamar da série histórica. A tendência é de que até dezembro um novo recorde de baixa seja apurado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa.

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De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, a taxa de desemprego caiu para 7,5% em outubro, ante 7,6% em setembro. A menor taxa da série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002, foi registrada em dezembro do ano passado, a 7,4%.

O dado ficou em linha com a mediana das estimativas de 17 analistas consultados pela Reuters. As projeções variaram de 7,3% a 7,8%.

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Na avaliação do IBGE, a queda na taxa desemprego, o aumento da ocupação e o crescimento do emprego com carteira são alguns dos fatores que mostram que a crise financeira global ainda não chegou ao mercado de trabalho brasileiro, ao contrário do verificado em outras economias do globo.

"Em um momento de crise internacional, a gente não percebe efeitos da crise visto que há contratações, formalização, e não há demissões", disse Cimar Pereira, economista do IBGE.

Até o final do ano, um novo recorde de baixa na taxa de desemprego deve ser registrado, considerando o efeito das contratações temporárias por conta das festas de fim de ano.

"O comércio se movimenta em novembro, dezembro, tem um componente sazonal forte por conta da contratação de temporários... Se mantiver esse ritmo vamos chegar em dezembro com a menor taxa da série", afirmou Pereira.

MAIS EMPREGO

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O número de pessoas sem emprego nas regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE atingiu 1,8 milhão em outubro, o que representou uma queda de 11,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por outro lado, o contingente de ocupados ficou em 22,2 milhões de pessoas, um aumento de 0,8% no mês e de 4% em relação a outubro de 2007. Esse aumento representa a criação de 855 mil postos de trabalho, informou o IBGE.

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, a maior do país, era de 7,7% em outubro, a menor de toda a série histórica do IBGE.

"A melhora no mercado de trabalho não foi relâmpago ou veio de enxurrada, foi um avanço sustentado mês a mês", ponderou o economista do IBGE.

Ao mesmo tempo que o desemprego retoma sua trajetória de queda, depois de se manter no patamar de 7,6% em agosto e setembro, o rendimento dos trabalhadores empregados amargou uma retração.

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O rendimento médio real caiu 1,3% entre setembro e outubro, para 1.258,20 reais. Mas na comparação anual, o rendimento apresentou um aumento de 4,5%.

"A inflação pelo INPC subiu no período e pode ser também um impacto da entrada dos primeiros temporários no mercado", afirmou Pereira, destacando que a queda no mês foi a maior desde janeiro de 2006.