O desemprego no Reino Unido diminuiu inesperadamente nos primeiros três meses deste ano, para a taxa mais baixa desde o terceiro trimestre do ano passado, informou hoje o Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês). O número de pessoas desempregadas, de acordo com a medida da Organização Internacional do Trabalho (OIT), caiu 36 mil, para 2,46 milhões, no período de janeiro a março - a maior queda desde o segundo trimestre de 2010. A taxa de desemprego recuou de 7,8% para 7 7%. Economistas esperavam que a taxa seguisse em 7,8%.
O ONS também informou que a quantidade de pessoas que pediram auxílio-desemprego aumentou 12,4 mil em abril, a maior alta desde janeiro de 2010, após o aumento de 6,4 mil registrado em março. A taxa de pedidos subiu de 4,5% para 4,6%. Economistas previam queda de 1 mil no número de pedidos e estabilidade na taxa.
Em um sinal de que há pouca pressão inflacionária provocada pelos salários, o ONS afirmou que a taxa anual de crescimento dos ganhos semanais médios, excluindo bônus, diminuiu para 2,1% no primeiro trimestre, ante 2,2% nos três meses até fevereiro.
Juros
Em outra divulgação do dia, o Banco da Inglaterra (BOE, o banco central inglês) disse hoje que o enfraquecimento do consumo no Reino Unido pode levar a um aumento nas taxas básicas de juros mais lento que o esperado. A avaliação faz parte da ata da última reunião de política monetária do banco central.
"Um aumento na taxa do banco nas atuais circunstâncias poderia de forma adversa afetar a confiança do consumidor, levando a um impacto exagerado tanto nos gastos quanto na percepção das empresas sobre sua capacidade produtiva desejada", escreveu o BOE. "Se os riscos de diminuição nos gastos das famílias se materializarem, um ritmo de política mais fraco do que o embutido nos preços do mercado pode se tornar apropriado."
O BOE está em uma posição desconfortável, com a inflação superando a meta de 2% por uma margem cada vez maior. O comitê de política monetária do banco central afirmou acreditar que o casamento real e as consequências do terremoto e da crise nuclear no Japão limitarão o crescimento no segundo trimestre deste ano. Porém, uma recuperação é esperada no meio do ano.