Puxado pelo consumo, o Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA cresceu em um ritmo anualizado de 3,2% no primeiro trimestre de 2010, segundo estimativas do Departamento de Comércio americano. Depois de um crescimento de 5,6% no quarto trimestre de 2009, o resultado moderado reforçou alertas de que o crescimento ainda está aquém do necessário para a recuperação da economia.O temor dos analistas se deve em parte à situação do mercado de trabalho. Apesar de a taxa de desemprego estar em elevados 9,7%, o período de outubro último ao final deste mês teve o maior índice de crescimento da economia dos EUA desde a segunda metade de 2003.O último trimestre foi o terceiro seguido de expansão desde a pior crise após a década de 1930. "O que esse número [3,2%] diz é que nossa economia como um todo está em posição muito melhor do que há um ano", disse o presidente Barack Obama. No primeiro trimestre de 2009, o PIB encolhia a um ritmo de 6,4%. Em todo o ano passado, houve queda de 2,4% no PIB real dos EUA. "Mas enquanto o resultado é um ponto importante em nossa recuperação, não significa muito para um americano que perdeu seu emprego e não consegue achar outro", ponderou Obama.
O resultado ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, de 3,3%. De janeiro a março, houve desaceleração em relação ao trimestre anterior em exportações e investimentos em estoques privados. Também houve queda no investimento residencial fixo e queda ainda maior nos gastos dos governos estaduais e locais.
Christina Romer, presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, afirmou que as duas áreas de fragilidade mais notáveis no relatório foram investimento em estruturas residenciais e não residenciais e compras de governos locais e estaduais. A baixa estimada em 3,8% "foi a maior queda em gastos de governos desde 1981", segundo Romer.
Consumo
O aumento no consumo passou de 1,6% no quatro trimestre de 2009 para 3,6% no primeiro trimestre deste ano, contribuindo com 2,55 pontos na taxa de expansão da economia. O resultado foi o melhor em três anos e considerado um avanço importante, já que no trimestre anterior havia sido um corte menor dos estoques que havia contribuído mais decisivamente para o crescimento do PIB. Compras de bens duráveis, como carros, aumentaram 11,3%, contra 0,4% no trimestre anterior.
Apesar da melhora, a economia americana ainda terá problemas enquanto a taxa de desemprego continuar alta, pois ela limita a expansão do consumo. "Não podemos continuar a contar com os consumidores mantendo gastos a partir de poupanças. Eles precisam do apoio da renda obtida por meio de contratações", disse Nigel Gault, economista-chefe para os EUA do grupo IHS.