A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou estável em 6,0% em agosto, no mesmo nível registrado em julho. Apesar de ter registrado estabilidade, a taxa foi a menor para o mês desde o início da série da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada pelo instituto desde 2002.
A população desocupada foi de 1,4 milhão de pessoas, mostrando-se estável em relação a julho. Quando comparada a agosto do ano passado, a população desocupada registrou queda de 10% (correspondendo a menos 160 mil pessoas nessa condição). A população ocupada ficou em 22,6 milhões em agosto de 2011, não apresentando variação significativa frente a julho. No confronto com agosto do ano passado, verificou-se aumento de 2,2%, o que representou um acréscimo de 488 mil ocupados.
Os indicadores do mercado de trabalho em agosto continuam a mostrar um cenário que pode trazer consequências à inflação, afrma o economista responsável pelo Departamento Econômico da Concórdia Corretora, Flávio Combat. Em análise específica sobre o tema, ele destacou que uma tendência de maior inflação interna e um eventual efeito externo de alta nos preços, também impulsionado por avanços recentes do dólar em relação ao real, colocam em risco a interpretação que levou o Banco Central brasileiro a reduzir recentemente a taxa básica de juros.
"Nesse cenário, a meta de inflação é um objetivo cada vez mais distante, com indicativos de que o BC está mais tolerante à inflação não apenas no curto, mas também no médio prazo" opinou Combat. "Conforme ressaltamos nos últimos relatórios, os indicadores sobre o mercado de trabalho, que registram, mês a mês, mínimas históricas na taxa de desemprego e aumento do poder de compra dos trabalhadores, pesam sobre o cenário prospectivo de inflação", acrescentou.
Quanto ao rendimento médio real habitual dos trabalhadores ocupados, o IBGE apurou que o valor foi de R$ 1.629,40 em agosto, uma alta de 0,5% em comparação a julho. Na comparação com agosto do ano passado, o poder de compra dos ocupados cresceu 3,2%. "A baixa ociosidade de mão de obra, os ganhos salariais acima da inflação, as negociações salariais de diversas categorias no segundo semestre de 2011 e o reajuste do salário mínimo no começo de 2012 são elementos de forte pressão sobre a demanda doméstica e, consequentemente, sobre a trajetória dos preços", destacou Combat.
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