Os temores de uma profunda e longa recessão global se intensificaram nesta quinta-feira, quando os mercados amargaram novas perdas, alarmados com dados de desemprego recorde nos Estados Unidos e com preocupações de que as montadoras norte-americanas não obtenham um resgate de Washington.
As preocupações econômicas mundiais levaram o banco central da Suíça a surpreender e cortar a taxa de juro do país em 1 ponto percentual. Analistas disseram que os fracos dados de emprego nos Estados Unidos quase garantem mais uma redução de juro também pelo Federal Reserve em sua próxima reunião em 16 de dezembro.
A CNBC reportou que o príncipe saudita Alwaleed bin Talal planeja aumentar sua participação no Citigroup de volta para 5 por cento. O gigante financeiro norte-americano é motivo de sérias preocupações sobre suas perdas pesadas e até mesmo sobre sua sobrevivência. Suas ações despencavam 20 por cento na quinta-feira, após já terem afundado 20 por cento no dia anterior.
O aprofundamento da recessão também corroeu as perspectivas das empresas. As expectativas por um plano de ajuda às montadoras de veículos norte-americanas diminuíram e a General Motors realçou seus problemas com o anúncio de uma paralisação de dois meses em sua produção na Tailândia. As ações da automotiva mergulhavam outros 30 por cento nos primeiros negócios da bolsa de valores de Nova York.
Em relação a emprego, o governo dos Estados Unidos divulgou que o número de trabalhadores que entraram com pedido de auxílio-desemprego na semana passada subiu para o maior patamar em 16 anos, alimentando temores de uma recessão profunda. O líder dos democratas no Senado, Harry Reid, afirmou que os parlamentares podem considerar nesta quinta-feira a extensão dos benefícios para desempregados.
Ao menos 172 mil funcionários de companhias não-financeiras já foram afastados desde setembro. Incluindo o setor financeiro, o número de demitidos aumenta em 89,5 mil.
Os três maiores índices acionários dos EUA caíam perto da abertura, com o índice Dow Jones em seu menor nível desde março de 2003 e o Standard & Poor's 500 tendo chegado a cair mais de 2,5 por cento, para o menor nível desde outubro de 2002.