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O ano de 2015 começou com más notícias vindas do mercado de trabalho. A taxa de desemprego saltou de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro, o maior resultado desde setembro de 2013, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Mensal de Emprego mostrou um corte de 220 mil vagas nas seis principais regiões metropolitanas do país, além de um aumento de 22,5% na fila do desemprego.

Economistas alertam que a deterioração no mercado de trabalho no início do ano extrapolou o esperado efeito sazonal, que prevê a tradicional influência negativa sobre a taxa de desocupação proveniente da dispensa de trabalhadores temporários e retomada na procura por emprego após as festas de fim de ano.

“Esse aumento de um ponto porcentual [na taxa de desemprego na passagem de dezembro para janeiro] em 2015 foi acima de uma tendência sazonal”, ressalta a economista Mariana Hauer, do banco ABC Brasil, para quem a queda na população ocupada no período foi influenciada pelo nível fraco de atividade, sob pressão de resultados aquém do esperado na produção industrial e vendas no varejo.

Outro indício de que a piora no emprego foi mais acentuada do que deveria para o período foi a taxa de desemprego de janeiro ter sido maior também do que os 4,8% registrados no mesmo mês do ano passado. Houve extinção de 109 mil postos de trabalho.

A carteira assinada encolheu 1,9%, o equivalente a 224 mil vagas formais a menos. “A fotografia de agora é dispensa de trabalhadores em algumas atividades e maior procura por trabalho”, resumiu Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Apenas a indústria dispensou 216 mil trabalhadores no período de um ano, o que pode ter impactado também na redução da formalização. “A indústria a gente sabe que é um setor em que a maior parte dos trabalhadores tem carteira assinada, então acaba impactando [o emprego com formal]”, disse Adriana.

Agravamento

A Tendências Consultoria Integrada espera um agravamento maior do cenário no mercado de trabalho ao longo do ano. A expectativa de retração da atividade econômica em 2015 tende a restringir a geração de vagas e reduzir a renda das famílias, enquanto a inflação promete acelerar.

“Neste contexto, as pessoas que estavam fora do mercado de trabalho devem voltar a buscar uma colocação, elevando a taxa de desemprego média, de 4,8% em 2014 para 6,3% em 2015”, prevê o analista Rafael Bacciotti.

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