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Embora esteja em desaceleração, a indústria criou mais de 3 mil vagas no Paraná em maio | Fábio Dias/Gazeta Maringá
Embora esteja em desaceleração, a indústria criou mais de 3 mil vagas no Paraná em maio| Foto: Fábio Dias/Gazeta Maringá

Carteira Assinada

Emprego formal cresce, mas em ritmo mais lento que o de 2011

Fernando Jasper

O Brasil criou 139,7 mil empregos formais no mês passado. O número, 45% menor que o do mesmo período de 2011 (252,1 mil), foi o mais baixo para meses de maio desde 2009, quando a economia gerou 131,6 mil vagas com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). De janeiro a maio, foram criadas 877,9 mil vagas formais no país, 25% menos que no mesmo intervalo do ano passado (1,172 milhão).

Diferentemente do IBGE, que estima o desempenho do emprego formal e informal com base em pesquisa em seis regiões metropolitanas, o Caged contabiliza somente o desempenho do mercado formal, e abrange todo o país.

Paraná

Segundo o cadastro, a economia paranaense criou 11,7 mil postos formais de trabalho em maio, o que representa um crescimento de 0,46% no total de empregados em relação a abril. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, foram preenchidas quase 82 mil vagas, o que elevou em 3,28% o quadro de emprego formal no estado. Em ambos os casos, as taxas de expansão do Paraná foram mais fortes que as observadas em nível nacional: em todo o país, o nível de emprego cresceu 0,36% em maio e 2,32% desde o início do ano.

Embora o mercado formal de trabalho continue contratando, o ritmo não é o mesmo que em anos anteriores. Em maio de 2011, o Paraná havia gerado 16,8 mil vagas – cerca de 5 mil a mais que no mês passado. No acumulado do ano, a diferença também é grande: de janeiro a maio de 2011 foram criadas 91 mil vagas, cerca de 9 mil a mais que em igual intervalo deste ano.

A desaceleração ocorre em vários setores. Na indústria, por exemplo, a criação de empregos com carteira assinada nos cinco primeiros meses baixou de 28 mil no ano passado para 22,2 mil em 2012.

A despeito do ritmo fraco da atividade econômica no país, a taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou de 6% em abril para 5,8% em maio, o menor patamar para o mês desde 2002. O índice é calculado a partir das taxas pesquisadas em seis regiões metropolitanas – Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

O resultado intrigou economistas, que não esperavam fôlego na retomada das contratações num momento em que a economia patina, e ainda procuram explicações. "Pode ser que a produtividade esteja caindo, que tenha que colocar mais gente para produzir a mesma coisa, ou que tenha mais gente trabalhando no setor de serviços", avaliou Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central.

O aumento na renda real do trabalhador, impulsionado pelo reajuste do salário mínimo em janeiro, estimula a demanda por serviços, justamente o setor que aponta um saldo maior de vagas na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). "É um negócio que se retroalimenta: com aumento do pessoal ocupado e aumento da renda, a expansão da massa salarial estimula a demanda por serviços e bens de comércio", disse Rafael Bistafa, economista da Rosenberg & Associados.

Segundo dados do PIB divulgados pelo IBGE, o setor de Serviços cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o Consumo das Famílias avançou 2,5%. No mesmo período, a indústria ficou estagnada (0,1%).

Curitiba

Na Região Metropolitana de Curitiba, o desemprego subiu de 4,3% em abril para 4,6% em maio. A taxa supera ligeiramente a de maio do ano passado (4,4%), segundo pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que usa a mesma metodologia do IBGE – os dados de Curitiba, no entanto, não são contabilizados no cálculo da média nacional.

Com o avanço em maio, Curitiba deixou de ter a menor taxa de desemprego do país, posto que manteve por 22 meses. O título agora pertence a Porto Alegre, onde a desocupação baixou de 4,7% para 4,5% na passagem de abril para maio.

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