O desemprego subiu no país, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. A taxa ficou em 9% no trimestre encerrado em outubro. O resultado é o mais alto da série, iniciada em 2012. No trimestre encerrado em julho, a taxa da pesquisa, que inclui dados para todos os estados brasileiros, foi de 8,6%. Já o rendimento real ficou em R$ 1.895, 0,7% a menos do que no trimestre encerrado em julho.
O resultado do trimestre encerrado outubro foi influenciado pelo forte aumento da população desocupada — ou seja, pessoas que estão em busca de emprego, mas não encontram. Esse grupo cresceu 5,3% (ou 455 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2014, alcançando a marca de 9,1 milhões de desempregados. Em relação ao trimestre encerrado em julho — último comparável, segundo a metodologia do IBGE —, a alta foi de 38,3%, um acréscimo de 2,5 milhões de pessoas à fila do desemprego.
Emprego doméstico cresce no ritmo mais veloz desde 2012
De agosto a outubro de 2015, o contingente de pessoas nessa ocupação chegou a 6,147 milhões
Leia a matéria completaEnquanto a fila de desempregados cresceu em outubro, o número de ocupados ficou estável em 92,3 milhões de pessoas.
Setores
Entre os setores da economia, a piora mais intensa no mercado de trabalho foi observada na indústria. Em um ano, a queda no número de ocupados no segmento foi de 5,6%, o equivalente a 751 mil pessoas. Os setores de informação e atividades financeiras e de outros serviços registraram, ambos, recuo de 4% na comparação com o mesmo trimestre de 2014.
Os destaques positivos foram os segmentos de transporte, armazenamento e correio, com alta anual de 4,6%, e de alojamento e alimentação, que empregou 4,7% a mais que no trimestre encerrado em outubro de 2014.
Em comparação com o trimestre de maio a julho, o número de empregados no setor privado com carteira assinada apresentou um recuo de 1%. Na prática, são 359 mil pessoas a menos com carteira. Em comparação com o mesmo trimestre de 2014, a redução foi ainda maior: 3,2%, o que representa um total de 1,2 milhão de pessoas fora do mercado formal.
Trabalho informal volta a crescer no país
Conquistas do emprego formal e valorização da renda da década passada são ameaçadas pela deterioração da economia
Leia a matéria completaAutônomos
Se, por um lado, o número de pessoas com carteira assinada diminuiu, por outro, cresceu o de empregadores e trabalhadores autônomos. Em comparação com o trimestre de maio a julho, foram 5,7% a mais no mercado informal, um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Pela Pesquisa Mensal de Emprego — que engloba as seis principais regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) —, a taxa de desemprego ficou em 7,5% em novembro. Foi a maior para o mês desde 2008, quando ficou em 7,6%.
Em novembro de 2014, o desemprego tinha sido de 4,8%. O mercado de trabalho vem sentindo os efeitos da recessão na economia e a taxa de desemprego vem subindo.
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