Com um investimento inicial de R$ 100 mil, a designer de joias Maria Dolores montou a marca que leva seu nome há sete anos. Agora, depois de inaugurar sua sétima loja – no Shopping Pátio Batel, em Curitiba – e ganhar destaque na São Paulo Fashion Week, sua meta é ultrapassar as fronteiras nacionais e conquistar o mercado externo com acessórios de design autoral e pedras brasileiras.
Fã de moda, a designer curitibana aposta em acessórios de luxo com formas ousadas e o uso de materiais inusitados, como madeira e diferentes lapidações de pedra. Folhadas a ouro e ródio, as peças aparecem como alternativa mais acessível que as joias e ganham espaço no mercado de luxo e no acervo de celebridades e fashionistas. “É um produto marcante, e elas [clientes] querem ter variedade, o que nosso preço permite, principalmente com o valor alto do ouro”, diz a empresária.
Com previsão de crescimento de 15% em 2015, Maria viu no cenário econômico, com dólar alto, a oportunidade de testar a aceitação de seus produtos no exterior. “As pedras brasileiras já fascinam os estrangeiros e eu ainda busco trabalhá-las de forma inovadora”, explica. O plano surgiu depois de uma experiência positiva com exibições em trunk-shows em Nova York e uma pop-up store em Trancoso, na Bahia, onde 90% das vendas foram feitas a estrangeiros, em especial franceses.
No Brasil, a expansão da marca se sustenta nas vendas das lojas próprias e franquias–três das sete lojas são franqueadas–, na venda online de e-commerces parceiros e na performance do atacado, por meio do qual ganha capilaridade no interior, com vendas em multimarcas e por representantes diretas. Além das sete lojas próprias, são 49 representantes em Curitiba, Maringá, São Paulo, Goiânia e Vitória. “Procuramos sempre trazer um diferencial. As pessoas estão preocupadas e precisamos de estratégias para oferecer qualidade e bom preço”, diz.
Para manter a identidade da marca e dificultar cópias, Maria investe em novos materiais, lapidações e tecnologias, além de buscar um design autoral e de vanguarda. “A produção das peças leva em torno de seis meses. Preciso sempre estar com a cabeça lá na frente, antecipando e observando o comportamento das mulheres e o que elas buscam”, explica a designer, que hoje conta com mais uma profissional no processo de criação.
Portas abertas
Exibidas nas mãos, orelhas e colos de mulheres como Fernanda Lima, Grazi Massafera, Fátima Bernardes e Sabrina Sato, as peças da marca curitibana vêm ganhando visibilidade no mundo da moda e do entretenimento também por meio de parcerias. Depois de assinar na última São Paulo Fashion Week as linhas de acessórios dos estilistas Juliana Jabour e Wagner Kallieno, a curitibana confirmou novas parcerias para a próxima semana de moda e em breve deve anunciar outras marcas. “A semana de moda abriu muitas portas e as parcerias vão se renovar”, garante.