Agenda
Confira a programação de hoje na Cozinha Show do Bom Gourmet, durante o Mundo Gastronômico:
15h
O crítico de gastronomia da revista Veja e pesquisador da história da alimentação pelo viés da literatura Arnaldo Lorençato vai falar sobre "Gastronomia Contemporânea: o que a história tem a ver com isso?".
16h
Oficina de releitura Leitão Marinado com o chef Ivan Lopes.
17h
Palestra "Cogumelos nativos", com Francisco Vítola, da Cogubras.
Serviço
Mundo Gastronômico
Hoje das 16 às 20 horas, na Expo Renault Barigui (Parque Barigui, Curitiba). Mais informações pelo (41) 3317-3107. A entrada para a feira custa R$ 10. Estudantes e idosos pagam R$ 5.
O decreto assinado pelo governador Beto Richa na semana passada desonerando o recolhimento de ICMS sobre a gorjeta nos restaurantes marca um avanço para o setor, mas não representa um grande alívio para o empresariado. O imposto é apenas um dos encargos que incide sobre a taxa de serviço. A maior dúvida e a discussão que preocupa o setor é o destino dos 10% e quanto repassar ao funcionário.
"Se a empresa está no Simples, ela deixa de pagar 1,52% do ICMS, mas ainda tem cerca de 30% de tributos sobre aquele valor", explicou o advogado Maurício Piragibe, que palestrou ontem na Cozinha Show do Bom Gourmet durante o terceiro dia da feira Mundo Gastronômico, realizada no Expo Renault Barigui, em Curitiba.
Com o tema "O Fim da Gorjeta", Piragibe debateu com os presentes a insegurança do empresário em relação ao que fazer com os 10% pagos pelo cliente. "Ainda falta legislação clara sobre o assunto, se a gorjeta é paga por fora, se um porcentual deve ser distribuído entre os funcionários, se deve ser repassado integralmente", diz. Ele ressalta que há jurisprudência do Supremo Tribunal Federal para repassar integralmente a porcentagem a todos os funcionários da casa.
Piragibe alerta que é obrigatório discriminar na folha de pagamento o valor da gorjeta, seja ela compulsória ou espontânea, pois o valor entra no cálculo para INSS, férias e outros benefícios do funcionário.
Ajuda insuficiente
Para Junior Durski, da rede Madero, que no início deste ano enfrentou uma ação trabalhista referente ao repasse, a isenção do ICMS é uma ajuda, mas é insuficiente. "Se houvesse uma regulamentação, o salário seria melhor, nós cobraríamos os 10% e sairia mais barato", completa.
Depois da decisão, ele retirou a cobrança compulsória e não acompanha se há pagamento voluntário de caixinha para os garçons. "Seria impossível porque cada garçom pode receber diretamente da mesa. Não tenho controle e nem quero ter", disse.
Na rede de pizzarias Baggio, há 15 anos a taxa de serviço é retida e o salário dos garçons é mais alto, em torno de R$ 2 mil. "Até o fim do ano vamos retirar a cobrança compulsória da taxa de serviço. Essa é uma matéria que está para morrer, ninguém mais vai querer cobrar porque é difícil de confrontar na Justiça e você acaba perdendo", diz Paulo Baggio, sócio da rede.
Marcelo Woellner Pereira, presidente do Conselho Estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), considerou o decreto que começa a valer a partir de 1.º de setembro uma vitória do setor. "Para o cliente não muda nada, vai pagar se quiser. O único benefício é para as empresas, que ficam segurando seu crescimento para não saírem do Simples [regime de tributação]".
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