A balança comercial brasileira deu sinais de reação em setembro ao fechar com um superávit de US$ 2,15 bilhões. O dólar mais caro e o melhor desempenho da chamada conta-petróleo ajudaram a reduzir o déficit acumulado no ano para US$ 1,62 bilhão. Ainda assim, o resultado de janeiro a setembro é o pior para o período desde 1998. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no entanto, acredita que o saldo ficará positivo nos próximos meses e que a balança comercial fechará 2013 superavitária.
O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, informou que alguns setores já registram bons resultados advindos da desvalorização do real, como as exportações de automóveis e mármores e granitos. O câmbio também levou à redução das importações de bens de consumo não duráveis, como cosméticos. Segundo ele, o movimento deve ser uma tendência.
Godinho também espera para os próximos meses uma continuidade na melhoria da conta-petróleo. "Com o aumento da produção brasileira de petróleo, é natural que desloque parte do que importamos. Quando falo de melhoria da conta, falo de aumento de exportações e diminuição de importações", disse.
Grande parte do déficit da balança comercial no ano é explicada pelo aumento das importações e o registro em atraso de compras feitas no ano passado, além da redução nas exportações de petróleo e derivados em função da queda na produção da Petrobras Os dados do MDIC mostram que o déficit da conta-petróleo de janeiro a setembro é de US$ 16,6 bilhões. Por causa disso, a balança vem acumulando déficit desde o início do ano. A última vez em que a balança havia registrado um saldo negativo no período de janeiro a setembro foi em 1999.
No acumulado do ano, as compras brasileiras no exterior bateram recorde ao somarem US$ 179,3 bilhões. As exportações, por outro lado, totalizaram US$ 177,65 bilhões. Uma queda de 1,6% na comparação com os nove primeiros meses de 2012.
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