O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta terça-feira (20) que é preciso contar com Deus para que haja mais chuvas e, com isso, sejam recuperados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que garantiria mais tranquilidade no fornecimento.

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"Deus é brasileiro. Temos que contar que ele vai trazer um pouco de umidade e chuva para que possamos ter mais tranquilidade ainda", disse ele, em tom de brincadeira.

O ministro convocou uma coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília, para comentar os resultados da reunião feita durante a tarde pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), com participação de técnicos da pasta e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

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Reforço

O ministro destacou que o ONS já tomou medidas para reforçar a "alimentação" de geração no Sudeste do país. Isso seria feito por meio da transferência adicional de 300 megawatts de Itaipu, por meio de corrente contínua; a abertura da interligação Sudeste/Nordeste, com injeção adicional de mais 400 megawatts no Sudeste e Centro-Oeste do país; a ressincronização de Angra 1, com geração parcial entre 100 e 200 megawatts.

Ao mesmo tempo, a Petrobras, que possui sete mil megawatts de termelétricas no sistema, vai acelerar o retorno de algumas de suas usinas, que estavam passando pelo processo de manutenção preventiva.

Esses equipamentos entrarão na rede entre o dia 22 de janeiro e o dia 18 de fevereiro, somando 867 megawatts de reforço. No total, essa prevista entrada de energia no sistema vai ser chegar a 1.500 megawatts de energia.

"Para fortalecimento do sistema", explicou o ministro. "Para que intercorrências como as de ontem tenham um nível de segurança ainda maior do que aconteceu", acrescentou.Segundo o ministro, a medida da Petrobras faz parte de um "esforço geral" que está sendo feito para deixar o sistema "ainda mais robusto".

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Detalhes

Ao longo da entrevista, o ministro apresentou informações detalhadas sobre o que chamou de falha nas usinas que acabaram sendo desligadas nesta segunda-feira (19).

Segundo o relatório lido por Braga, a usina Governador Ney Braga, da Copel, foi desligada por "atuação indevida da proteção de potência reversa".

Até que se avalie a questão, essa proteção está temporariamente desabilitada.Depois, as usinas Amador Aguiar e Volta Grande, da Cemig, foram desligadas por atuação dos "limitadores de abertura do distribuidor", que já teriam sido ajustados.

A unidade 1 da usina hidrelétrica Cana Brava e a unidade 2 de S. Salvador, da Tractebel, teriam desligado por oscilação de potência e agora terão de passar por reavaliação em seus ajustes de controle.

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As unidades 3 e 4 da usina hidrelétrica Governador Parigot de Souza, da Copel, e unidades 1 e 2 de Passos S. João, da Eletrosul, foram desligadas por ajustes indevidos da proteção de subfrequência, que já teriam sido corrigidos.

As cinco unidades da usina térmica de Linhares foram desligadas por atuação da proteção de subfrequência. Enquanto as sete unidades da usina termelétrica Viana foram desligadas por uma proteção devido a variação brusca de potência, cujo motivo esta sendo investigado.

A usina de Angra I desligou pela atuação da proteção de subfrequência, cuja possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear.