O Deutsche Bank se esquivou de um prejuízo no terceiro trimestre graças a novas regras contábeis, mas a instituição financeira revelou perdas pesadas com operações imobiliárias diante das turbulências dos mercados globais.
O diretor do principal banco da Alemanha, que vinha sendo considerado até agora como a única instituição a escapar da crise dos mercados, mudou o tom do discurso. "As condições nos mercados acionários e de crédito continuam extremamente difíceis", disse Josef Ackermann, alertando que o banco pode cortar dividendos para apoiar sua situação de capital em um "ambiente altamente incerto".
Os comentários de Ackermann foram feitos depois que o ministro da Economia da Alemanha afirmou que bancos do país devem buscar ajuda de Berlim.
Peer Steinbrueck parece ter feito uma referência velada ao Deutsche Bank quando falou a um jornal que aqueles que buscariam ajuda seriam, inclusive, bancos que publicamente vinham se manifestando contra pedidos de ajuda ao governo. Ackermann teria dito recentemente que ficaria "envergonhado" em pegar dinheiro do contribuinte.
Resultados
O Deutsche Bank teve um lucro antes de impostos de 93 milhões de euros (US$ 118,5 milhões) no terceiro trimestre, um resultado que somente foi possível graças à alteração de regras contábeis. As mudanças, aprovadas por legisladores em Bruxelas, permitiram ao banco reduzir baixas contábeis em mais de 800 milhões de euros para 1,2 bilhão durante o período.
As novas regras sancionadas relaxam o sistema anterior que exigia que todos os ativos refletissem preços de mercado.
O Deutsche Bank, por exemplo, está sentado sobre mais de 22 bilhões de euros de empréstimos alavancados. Definir valores para esses empréstimos tem se tornado algo difícil uma vez que investidores preocupados com a crise têm optado por investimentos seguros, o que tem derrubado o valor de mercado desses títulos. As novas regras contábeis permitem agora que o Deutsche Bank mantenha alguns desses empréstimos em seus livros a preços fixos.
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