Competindo com o Dia das Mães como segunda melhor data para o comércio varejista, o Dia da Criança deste ano deve registrar vendas 10% maiores em relação a 2007, com tíquete médio em torno de R$ 100. As lojas de brinquedos, que, em sua maioria, trabalham com 50% de produtos importados, ainda não sentiram os efeitos da subida do dólar, pois os estoques foram adquiridos com o câmbio favorável. Além das principais novidades entre os brinquedos, que custam entre R$ 7 a R$ 200, há opções de presente menos imediatos, como o plano de previdência privada.
Na rede de lojas PB Kids, além do aumento nas vendas estar entre 9% e 11% na comparação com o ano passado, o valor das compras feitas pelos clientes também tem sido um pouco maior do que no mesmo período de 2007. "Estamos confiantes, uma vez que os últimos três meses do ano representam 50% do nosso faturamento", diz o gerente de importação, Renato Floh. O estoque das lojas foi reforçado com um volume 8% maior do que em 2007, sendo que aproximadamente 70% desses produtos vêm do exterior. Mesmo com grande quantidade de importados, segundo Floh, o aumento do dólar deve ser sentido e repassado ao consumidor apenas no Natal. "Toda a mercadoria nas lojas já está com o preço fixo e devemos ter um acréscimo nos preços em dezembro, mas nada tão significativo", explica o gerente.
A franquia da loja Happy Town, que vende bichos de pelúcia personalizados (com preços entre R$ 50 e R$ 100), espera um aumento de até 50% nas vendas dos produtos em relação ao mês passado. "É a melhor data depois do Natal, e acreditamos que o crescimento deve se manter dentro do esperado", diz a franqueada da rede em Curitiba, Patrícia Costa. Na Titá Brinquedos, especializada em brinquedos educativos, as vendas ficarão 8% maiores do que em 2007 e o movimento já foi sentido nos primeiros dias de outubro. "As vendas ficam mais concentradas próximas da data, mas já reparamos um crescimento", afirma o proprietário, Fabiano Benevolo Lopes.
Fabricante
Alguns fabricantes, como a diretora da Indústria e Comércio Dalabre, Elena Ramalho, resolveram usar o Dia da Criança como teste de novos produtos para o Natal. A empresária investiu cerca de R$ 180 mil e pesquisou o mercado durante um ano para lançar no Paraná e em Santa Catarina a "Bola-Bolão", feita de tecido e inflada por uma bexiga de látex. Todos os produtos e mão-de-obra são paranaenses e, segundo Elena, espera-se vender cerca de 20 mil unidades no fim do ano. "Colocamos novos elementos, como cores diferentes e estamparias para que o brinquedo sirva para meninos e meninas".
A rede de supermercados Pão de Açúcar pegou onda na oportunidade e aumentou a variedade de brinquedos expostos e resolveu investir em produtos de valor agregado baixo, de R$ 7,90 a R$ 9,90. "Percebemos uma necessidade do mercado e estamos explorando esse nicho", ressalta o gerente de compras do grupo, Hamilton Bernardo.
Previdência
Para quem quer dar um presente com duração de longo prazo, o banco Santander oferece o "Super Filhos", um plano de previdência privada que tem como valor mínimo de contribuição R$ 50 mensais, sem idade mínima para inscrição. "Muitas vezes pensamos somente em brinquedos e produtos da moda. Com essa quantia pequena, os pais já garantem gastos futuros, como a faculdade ou um possível intercâmbio", afirma a gerente de produtos Letícia de Miranda Cesar.