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Dia das Mães e Copa estimularam vendas no varejo

O aumento de 0,5% nas vendas no comércio varejista em maio ante abril foi puxado pelo Dia das Mães e pela proximidade da Copa do Mundo, apontou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, houve aumento das vendas de móveis, eletrodomésticos, televisores, entre outros.

Em maio, as vendas de móveis e eletrodomésticos aumentaram 8,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, com alta de 8,6% para os móveis e expansão de 8,2% para os eletrodomésticos. Já o segmento de artigos de uso pessoal e doméstico - que inclui lojas de departamento, lojas virtuais, joalherias, lojas de artigos recreativos e esportivos - registrou crescimento de 12 4%.

"Foram atividades bastante relacionadas com o presente de Dia das Mães. Mas (o resultado) ainda foi melhor que no mesmo período do ano passado", disse Juliana. "Tem impacto da Copa do Mundo também, com o início da corrida para a compra de televisores", acrescentou.

O técnico Nilo Lopes, da mesma coordenação, explicou que houve efeito da Copa tanto no resultado em relação ao mesmo período do ano passado quanto na comparação com o mês imediatamente anterior, quando a atividade de móveis e eletrodomésticos subiu 1,8%, e a de artigos de uso pessoal e doméstico aumentou 2,4%. "A Copa do Mundo não ocorre todo ano, então o ajuste sazonal não é perfeito nesse caso. A Copa do Mundo influenciou os dois resultados, na margem e sem o ajuste sazonal", disse Lopes.

Esses dois eventos do calendário contribuíram com 48% da taxa de crescimento de 4,8% registrada pelo varejo em maio ante maio de 2013. O segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico foi responsável por 25,9% desse resultado, enquanto a de móveis e eletrodomésticos participou com 22,1%. Essas atividades só ficaram atrás da contribuição do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que foi responsável por 31,2% do crescimento do varejo no período.

"Você tem os preços de alimentação no domicílio bem equiparados à inflação geral. E os supermercados têm bens de consumo semi e não duráveis, que você tem sempre necessidade de ir à compra deles", justificou Juliana.

No entanto, também houve ajuda da comemoração do Dia das Mães no mês, acrescentou a gerente do IBGE. Em maio ante abril, as vendas dos supermercados tiveram ligeira alta de 0,1%.

Veículos

O esgotamento da política de incentivos à compra de automóveis explica o recuo de 1,9% nas vendas do segmento em maio ante abril, segundo Juliana. "Os veículos já vêm com incentivo de redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), apesar de não estar mais no patamar original. Você tem cinco anos de incentivo, a necessidade de trocar esse bem durável não é tão grande ainda", afirmou.

Na passagem de abril para maio, também houve recuo nas vendas de material de construção, o que fez o resultado do varejo ampliado ficar negativo em 0,3%. No entanto, a atividade de material de construção ainda teve aumento de 2,1% no volume vendido em relação a maio do ano passado. "Você ainda tem oportunidade de crédito imobiliário e ainda tem redução de IPI sobre os produtos", lembrou a gerente do IBGE.

O segmento de veículos, porém, amargou queda de 6,3% nesse tipo de comparação, após já ter recuado em abril (-10,0%) e março (-15,9%).

Recuperação

A alta de 0,5% nas vendas no varejo em maio ante abril ainda não significa uma recuperação e, consequentemente, uma reversão de tendência no setor, que vinha de três meses consecutivos de retração, avalia a gerente do IBGE. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o volume vendido pelo varejo tinha recuado em abril (-0,4%), março (-0,4%) e fevereiro (-0,1%).

"Eu diria que a gente precisa esperar mais algumas divulgações para fazer uma avaliação. O comércio é muito volátil", explicou Juliana, lembrando que a média móvel trimestral, que amortece movimentos erráticos, ainda mostrou queda em maio.

A média móvel trimestral das vendas no varejo ficou em -0,1% em maio, após uma taxa de -0,3% em abril e estabilidade (0,0%) nos meses de março e fevereiro.

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