Os comerciantes de Curitiba demonstram um "otimismo cauteloso" em relação às vendas para o Dia das Mães. Segundo sondagem feita pelo Instituto Datacenso, a pedido da Associação Comercial do Paraná (ACP), 54% dos lojistas acreditam que as vendas deste ano serão melhores que as de 2010. Ou seja, quase metade do setor não prevê alta nas vendas 32% veem uma repetição dos números do ano passado e 14% esperam queda.
O gasto médio com os presentes deve ficar em R$ 137,44, na opinião dos lojistas, o que representa um aumento de 7,8%, ou R$ em relação ao valor apurado em igual levantamento, no ano passado (R$ 127,47). Mas, se descontada a inflação do período, de 6,3%, segundo o IPCA, o aumento real do tíquete médio seria de apenas 1,4%, o equivalente a R$ 1,80.
Para a consultora Ana Vecchi, da consultoria especializada em varejo Vecchi e Ancona, a previsão é realista. Isso porque, mesmo mantendo parte de seu impulso de compra, o consumidor já começa a evitar gastos excessivos. "O consumidor sente um pouco a diminuição no crédito e, principalmente, está mais moderado, até por ouvir tantas informações para que evite o endividamento", afirma Ana.
De acordo com Eugêncio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, "as pessoas já enxergam que estão com um endividamento alto e, por isso, não querem se comprometer mais e mais". Isso não resultaria em um freio no consumo, mas em um "um andar mais lento", explica.
A ACP, que prevê um aumento de 10% no volume de vendas, acredita que a expansão poderia ser ainda maior. "Se não fosse o impacto do aperto no crédito, o aumento poderia ser maior, entre 15% e 20% em relação a 2010", lamenta o vice-presidente da instituição, Antônio Espolador.
Mesmo não sendo o ideal, o mês de maio tido como o "segundo Natal" do varejo deve oferecer algum alento aos comerciantes depois de um período de queda nas vendas. Já reconhecidos como meses de baixa atividade no setor, fevereiro e março deixaram os lojistas ainda mais preocupados com suas vendas. No mês passado, além do feriadão de carnaval, as lojas de rua foram prejudicadas pelo clima choveu em 28 dos 31 dias do mês, segundo dados do Instituto Simepar. Com isso, 32% dos comerciantes venderam menos em março do que no mês anterior.
Janete dos Santos, subgerente da loja de perfumes e cosméticos Diva, do Centro de Curitiba, conta que as vendas dos últimos meses ficaram bem abaixo do esperado. "O clima não ajudou e o carnaval, que foi muito tarde, também prejudicou o movimento. Agora estamos apostando bastante no Dia das Mães, com preparativos como brindes e promoções, na esperança que supere as expectativas", diz Janete.
"Foi uma situação muito ruim, mas claramente atípica, devido a tanta chuva. O Dia das Mães deve recuperar os resultados em parte, mas não chega aos números que pretendíamos", diz Espolador.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast