O consumo no Dia dos Namorados em Curitiba deve ser 13% maior em 2011 em comparação com o ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pela Associação Comercial do Paraná (ACP). O levantamento da ACP/Datacenso mostra, porém, que o valor médio da compra deve ser 11% menor do que o verificado no ano passado. Enquanto em 2010 os namorados gastaram, em média, R$ 172 por compra, neste ano os casais devem puxar o freio no consumo e gastar, em média, R$ 155.
A pesquisa revela ainda que quase a metade dos lojistas estão dispostos a dar descontos para as compras à vista forma de pagamento que deve ser utilizada por 82% dos consumidores (71% irão fazer a compra em dinheiro e 11% com cartão de crédito). "É uma maneira dos lojistas atraírem os consumidores, que estão com muito mais cautela em relação ao consumo do que no ano passado. Isso porque o consumidor, no geral, está endividado e encontrando no mercado um crédito altíssimo", ressalta o gerente geral da ACP, Olivio Zotti. "O juros final ao consumidor precisa diminuir. O dado sobre o pagamento à vista indica que os consumidores querem se proteger, já que no segundo semestre a economia deve se abrandar e o custo do dinheiro ser ainda maior", salienta.
Os comerciantes mais otimistas esperam aumento de 14% nas vendas neste ano e têm uma visão diferente sobre a forma de pagamento dos consumidores. A expectativa dos lojistas é de que apenas 45% das compras serão pagas à vista (veja mais no gráfico). A pesquisa ACP/Datacenso ouviu 200 comerciantes e 200 consumidores nos dias 26, 27 e 30 de maio. A margem de erro é de 5%.
Classe média
Para o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, o valor mais baixo da compra média pode ser reflexo da mobilidade social no Brasil. "O que sempre víamos eram menos transações, com valores médios maiores, porque era a classe alta que consumia mais. Com estas mudanças que vemos na base da pirâmide brasileira, muitas pessoas da classe média estão incrementando o consumo, só que em valores menores isso justifica o aumento do consumo e a queda do preço médio", explica Pellizzaro Junior.