Investimento
"Área de imóvel sem uso é dinheiro rasgado"
Sem buscar informação correta, conta o especialista, as pessoas aplicam seus recursos de modo errado. Ele dá um exemplo do mercado de imóveis. "Um grande pecado que a gente comete na vida é copiar os erros de nossos pais e avós na compra de imóveis", observa. "No tempo deles era comum ter casas ou apartamentos com uma sala de visitas que ficava sempre fechada e era usada uma vez por mês, no máximo. E com quarto de visitas, para ser usado na eventualidade de receber alguém, coisa que acontecia uma ou duas vezes por ano", conta.
Cada metro quadrado sem uso no imóvel é um valor imobilizado, que poderia estar rendendo se fosse aplicado de outra forma. "Hoje você tem de ter no imóvel a área que você vai usar realmente, se não está rasgando dinheiro, os imóveis custam muito caro", explica o especialista. "Os valores variam de acordo com o padrão do imóvel, mas investindo o preço de uma sala a mais, você constrói uma aposentadoria, ao longo de trinta anos." É a mágica dos juros sobre juros, que podem transformar valores modestos em capital consistente ao logo do tempo.
Quando uma editora pediu que transformasse em livro as dicas sobre previdência privada que dá em suas aparições na rádio CBN, o professor Renato Follador lembrou-se de um livro de culinária que a sua avó tinha. "Lá dizia que, se você errasse uma colher de farinha, estragaria todo o bolo", conta. A dica de cozinha serviu como referência para Uma receita de previdência e finanças para seu projeto de vida (Editora Atlas, 168 páginas, R$ 45), lançado há poucas semanas. Está passada a mensagem: nas finanças, como na gastronomia, é preciso ter disciplina e paciência para chegar ao resultado almejado.
Em seus quase 30 anos dedicados à previdência e às finanças, Follador descobriu que existem dois erros fundamentais que as pessoas cometem. Primeiro, elas deixam de estabelecer objetivos claros para a sua poupança. Isso faz toda a diferença, principalmente no que se refere a prazos. Há objetivos que podem ser atingidos no curto prazo, como a compra de uma tevê nova. Outros exigem meses ou anos de programação, como uma viagem especial, a compra de um carro novo ou de um imóvel. E há projetos que são para a vida inteira. "Todo mundo deveria ter pelo menos um projeto de longo prazo, que é a aposentadoria", diz.
Aí é que se concentra a energia desse homem bem humorado e diligente, que desde 1987 atua na área previdenciária. Hoje um dos principais nomes na área do Brasil, testemunhou mudanças muito grandes no segmento de previdência privada. Mais do que isso: participou da transformação da mente dos brasileiros antes, devastados por inflação e políticas governamentais imprevisíveis; hoje, capazes de planejar seu futuro financeiro.
"Pense nisso"
É uma pena que tantos brasileiros ainda tenham tanta dificuldade para isso. O alto comprometimento da renda dos brasileiros com dívidas é prova de que as coisas não andam bem. Pensando nesses "enforcados", Follador recheou a obra com dicas diretas para o sujeito que está cheio de dívidas, para o que está rumando para o equilíbrio e para o que está com recursos disponíveis para investir. "Uso bastante a fórmula pense nisso, pense naquilo, corte ali... É preciso chamar atenção para alguns itens, porque há conceitos básicos que muita gente ainda não domina", comenta.
O segundo erro fundamental que as pessoas conhecem é justamente esse não dar a devida atenção a informações básicas. "Literatura acadêmica sobre previdência e finanças existe. Mas as pessoas que precisam dos serviços acabam sendo enganadas pelos agentes financeiros, porque não buscam informação", diz Follador.
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