Curitiba – Na esteira da deflação dos preços agrícolas no atacado registrada ao longo dos últimos dois meses e meio, a cesta básica teve seu valor reduzido em 15 das 16 capitais em que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) realiza mensalmente sua pesquisa. A única cidade em que se verificou aumento no conjunto de alimentos básicos no mês passado foi Natal.

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A cesta básica das famílias curitibanas, composta de 13 produtos, seguiu a tendência nacional e registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Em julho, a deflação local foi de 3,08%, sendo que dos treze itens, nove tiveram redução nos preços. A maior queda ficou com a batata, que teve seu preço reduzido em 33,13%. A maior alta foi do tomate, com 7,93%. O custo da cesta na capital ficou em R$ 163,21, o que representa um valor diário de R$ 5,44.

Segundo explicou ontem o economista do Dieese, Sandro Silva, a queda nos preços da batata ocorreu em função do pico da safra paranaense do produto e também diante do aumento da oferta de outros estados produtores. Ele informa que das nove capitais onde a batata é pesquisada pelo Dieese, todas tiveram redução nos preços. No acumulado do ano, o quilo da batata em Curitiba ainda apresenta alta de 2,83%.

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A segunda maior queda da cesta básica ficou com a banana (-9,51%). De acordo com Silva, a variação negativa também foi decorrente do excesso de oferta aliada às férias escolares. "Nas férias, o consumo de banana sempre cai", observa.

O preço do arroz caiu em 14 das 16 capitais brasileiras analisadas pelo Dieese. Em Curitiba, a queda de 9,03% foi atribuída ao aumento das importações e da taxa de câmbio favorável. Também os preços do açúcar sofreram redução na maioria das capitais pesquisadas em julho. Na capital paranaense, a queda foi de 8,06% e, no ano, registra-se variação negativa de 4,2%. Segundo o economista do Dieese, o clima, além de contribuir para a boa safra de cana-de-açúcar, fez com que acontecesse um adiantamento da colheita.

A alta do tomate, que já chega este ano a 47,5%, por sua vez, foi atribuída à redução da oferta. Segundo Sandro Silva, a alta do varejo surpreendeu, já que no atacado os preços do produto permaneceram estáveis.