Esta poderia ser uma época de comemorações para a Anistia Internacional, entidade de defesa dos direitos humanos que atua em todo o mundo. Em vez de promover festas, no entanto, a organização preferiu comemorar seus 45 anos de vida com uma campanha contra os governos que usam a internet para reprimir dissidentes políticos. A campanha, batizada de "Irrepressible.info", pretende forçar os governos autoritários a libertar prisioneiros que tenham expressado sua opinião através da internet e, por isso, receberam pena de detenção.
No site da organização, há uma lista dos países que cometem abusos censurando a internet. Dentre eles, China, Vietnã, Irã, Arábia Saudita e Síria. A Anistia também denunciou empresas da área de Tecnologia da Informação (TI) que tenham colaborado de alguma forma com regimes totalitários, como o Yahoo!, a Cisco e o Google.
Um dos casos mais célebres é o do jornalista chinês Shi Tao, que está cumprindo dez anos de prisão pelo envio de um email de apoio a um site que prega a democracia na China. O Yahoo! foi acusado de repassar o email do jornalista ao governo, por isso entrou na lista da Anistia. O Google pertence à lista por acatar a censura imposta pelo governo chinês em suas buscas. Já a Cisco é acusada de fornecer equipamento e redes para monitoramento da internet por parte do governo daquele país.
Para ajudar a difundir a campanha e conseguir resultados positivos, a Anistia colocou em seu site uma petição online pelo direito à liberdade política na internet. Internautas podem assinar a petição no próprio site. O documento será lido durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro que discutirá o futuro da internet. O endereço da Anistia Internacional é http://irrepressible.info.