Em sua primeira visita às obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, na tarde desta terça-feira (5), a presidente Dilma Rousseff chamou de "suposições" os cálculos de reajuste da tarifa de luz provocados pelos empréstimos federais às distribuidoras.

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Documento interno da Aneel indica acréscimo de 0,8 ponto percentual para cada R$ 1 bilhão devido pelo setor. Até o momento, os empréstimos totalizam R$ 17,7 bilhões, o que daria um acréscimo de 14,16% na conta de luz.

"Tem um estudo do Ministério de Minas e Energia que fala em [impacto de] 2,5% a 3%. É difícil hoje estabelecer o impacto na tarifa", disse a presidente. "Fazer estudos é fazer várias suposições. Não é matemática, que você soma dois e dois e dá quatro", afirmou em entrevista a presidente durante ato de campanha.

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Segundo Dilma, a diluição da dívida em parcelas impedirá um acréscimo maior na tarifa de energia. "As parcelas de empréstimo não serão pagas à vista, mas rateadas em três anos. Então, vamos devagar. Foi assim que foi contratado, e assim será pago. Não tem mudança na regra do jogo", afirmou.

Pessimismo

"Somos um país que tem um regime hidrológico sensível à água. Se houver uma hidrologia extremamente favorável, o preço cai muito. O impacto na tarifa também depende da hidrologia", disse Dilma, que em seguida voltou a atacar o "pessimismo"."Esses estudos são referenciais, tem para todos os gostos. Agora, tem um para um gosto, que é o gosto do pessimismo, que diz que o seguinte: 'Vai ter apagão na Copa'. Não houve apagão na Copa, não houve racionamento durante a Copa e nem vai haver depois da Copa", afirmou.

Belo Monte

Acompanhada pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), Dilma sobrevoou a hidrelétrica, cujas obras avançam em 54%, e visitou a casa de força, coração da usina.

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A presidente afirmou que o consórcio construtor tem a "obrigação" de concluir a obra em 2016. Em maio, a Norte Energia S.A. enviou pedido de adiamento de geração de energia à Aneel. A primeira turbina deveria produzir energia em fevereiro de 2015, mas o prazo, ainda sob análise da Aneel, deve ser estendido para abril de 2016.

A usina fica no rio Xingu, nos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, e levará energia elétrica a 17 Estados e até 60 milhões de pessoas.